Quinta-feira, Abril 25, 2024

Saiba como adubar correctamente as suas plantas e aprenda a identificar carências nutricionais

Adubação das plantas : é essencial?

Tão importante quanto a rega é o fornecimento dos principais nutrientes (azoto, fósforo, cálcio,potássio e magnésio) e elementos-traço ou oligoelementos (por exemplo ferro), os quais se esgotam rapidamente quando dentro de um vaso. Por essa razão, garantir uma adubação das plantas adequada é imprescindível para o crescimento e desenvolvimento adequado nas suas plantas favoritas.

Numa adubação de base com adubo orgânico ou adubo de longa duração os nutrientes vão sendo libertados pouco a pouco.

Se necessário, poder-se-á voltar a adubar semanalmente com um adubo completo, mineral e de rápida actuação.

Se a planta continuar a mirrar e as folhas amarelecerem ou cairem mesmo, é urgente adubar. Para evitar sobredosagens e queimaduras, respeite sempre as instruções de dosagem.

Adubação das plantas: quais os sintomas das carências nutritivas

Azoto(N): o azoto é umas parte essencial da clorofila. Se faltar, as folhas tornam-se mais claras e o crescimento recrudesce visivelmente.

Fósforo (P): a sua falta manifesta-se atavés de uma formação menor de flores e de um crescimento reduzido. A face inferior das folhas e o caule ganham uma coloração avermelhada.

Cálcio(Ca): no caso de existir falta de cálcio, as pontas dos rebentos, das flores e dos frutos deformam-se e tornam-se simultaneamente mais claras. Por seu lado, os veios das folhas tornam-se castanhos e o caule pode entortar.

Potássio(K): o potássio incentiva a absorção de água e o crescimento dos tecidos de suporte. Quando existe carência de potássio, as plantas murcham, as margens das folhas tornam-se mais claras (clorose) e mais tarde estas  partes morrem.

Magnésio (Mg): as áreas entre os veios das folhas tornam-se claras, sobretudo se as folhas forem mais antigas. As folhas morrem e caem.

Ferro(Fe): se faltar ferro surgem sintomas cloróticos, tal como no caso da falta de magnésio, mas as folhas mantêm-se verdes.

como fazer a adubação nas plantas clorose
A clorose, em botânica, define-se como acondição de uma planta em que as suas folhas por não produzem clorofila suficiente acabam por ficar cloróticas tais como é possível verificar na imagem. As folhas por essa razão apresentam uma coloração diferente da normal, sendo na maioria dos casos verde pálidas ou amareladas. Pode provocar a morte da planta devido à menor capacidade desta produzir carboidratos (Fonte da imagem:ResearchGate).

Como realizar a adubação das plantas utilizando o fertilizante adequado

Adubos minerais completos: estes adubos de múltiplos nutrientes contêm todos os principais e mais importantes nutrientes e elementos de que a planta necessita, podendo ser rapidamente absorvidos. Este adubo pode ser obtido em forma líquida, em pó ou em barrinhas. É indicado para um rápido fornecimento de nutrientes durante o período principal de crescimento.

Adubos de longa duração: as “bolinhas” de adubo vão libertando os nutrientes pouco a pouco, o que pode levar 3,6 ou 9 meses, dependendo do produto. Se, ao plantar, tiver utilizado um adubo de longa duração, só será necessário voltar a adubar daí a algumas semanas.

Adubos especiais: adubos com um nutriente ou adubos com oligoelementos servem para compensar a falta específica de um ou mais nutrientes como, por exemplo, um adubo de ferro. Plantas sensíveis ao calcário, tais como as azáleas,precisam de um adubo que não aumente o nível de acidez do substrato, ou seja, o valor do pH.

adubação plantas em vasos
Azáleas: estas plantas podem ser adubadas varias vezes ao ano utilizando para esse fim um adubo orgânico (composto ou estrume) bem curtido, com  por exemplo cinza de lareira e fogueira ou restos triturados de folhas.  O primeiro passo é dispor o adubo já preparado em volta do pé da azálea e ir introduzindo o adubo preparado aos poucos. Seguidamente  deve cobrir a superfície com palha ou folhas secas. Se quiser fertilizar os vasos destas plantas, use uma colher de sopa de farinha de osso e cinzas, misture bem e, em cada vaso, uma vez ao mês, espalhe essa colher de sopa ( vasos grandes) ou de sobremesa ( vasos médios).  No caso das azáleas plantadas em vasos de pequenas dimensões, coloque  apenas uma colher de sobremesa ou café  do adubo preparado anteriormente.

Outros adubos são,por sua vez, específicos para as necessidades de nutrientes de determinadas culturas como,por exemplo, adubos para cactos.

Adubos orgânicos: a matéria-prima orgânica ou vegetal vai-se transformando pouco a pouco no chão, tendo o adubo, por isso,  um efeito mais prolongado. Por outro lado, não é possível compensar uma falta extrema de nutrientes com adubos orgânicos.

Fortificantes para as plantas: não encaminham nutrientes directamente para a planta, pois, devido às suas características físicas e químicas, o seu efeito é o de incrementar o crescimento da planta. Como exemplos temos os pós de pedra, extractos de valeriana ou algas. Estrumes de plantas como, por exemplo, urtigas, dente-de-leão ou de cavalinha funcionam simultaneamente como repelentes de parasitas.

adubação das plantas em vasos bioestimulantes
A utilização de bioestimulantes como as algas pode ser o futuro para uma agricultura mais sustentável.

Dicas essenciais para saber como fazer a adubação das plantas

  • É melhor para as raízes sensíveis das plantas que sejam adubadas mais vezes e em pouca quantidade do que poucas vezes e em grande quantidade. Há que ter isto em conta especialmente no que diz respeito a plantas sensíveis ao sal. O solo também não precisa de mais nutrientes do que aqueles que lhe são retirados. Respeite as indicações de dosagem.
  • Plantas que foram mudadas recentemente de vaso só devem ser adubadas de novo 4 a 6 semanas depois, período no qual, entretanto, já se formaram novas raízes em quantidade suficiente.
  • Se utilizou adubo de longa duração  ao plantar, só será necessário adubar de novo daí a 10 semanas.
  • Só se deve adubar quando o susbtrato estiver suficientemente húmido.

Se quer saber mais sobre quais os cuidados que deve ter com a rega nas plantas de interior aconselho-o a ler o meu artigo sobre o assunto aqui.

acientistaagricola
acientistaagricolahttp://acientistaagricola.pt
Olá, sou a Rosa. Nasci e cresci em meio rural e desde cedo percebi o que queria fazer para o resto da vida. Mais tarde, quando entrei no ensino superior tornei-me Técnica Superior do Ambiente e Agrónoma, áreas que sempre me fascinaram. Este blog é mais do que um projecto pessoal...é  o culminar de duas paixões: a escrita e as ciências ambientais e agrárias. Este é um local de encontro entre todos aqueles que partilham destas mesmas paixões. 

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