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Como alimentar o mundo em 2050? São precisos mais 100 milhões de hectares de terra

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Autora do artigo: Sara Sousa, Agroop

Em 2050, a população mundial deverá alcançar os 9 mil milhões de pessoas. Tendo em conta que cerca de 70% da água doce a nível global é utilizada para culturas agrícolas irrigadas – que asseguram cerca de 40% dos alimentos – a pressão sobre a necessidade de água irá aumentar exponencialmente.

Para acompanhar essa necessidade e, simultaneamente, proteger os ecossistemas aquáticos, há vários passos que é crucial tomar, de acordo com um novo estudo de investigadores de universidades de Portugal, Áustria, Holanda e Suíça.

“Os resultados revelam que, para produzir a nossa alimentação de forma sustentável e respeitando as necessidades ambientais, será necessário expandir a área de terra utilizada para agricultura em 100 milhões de hectares – aproximadamente 100 milhões de estádios de futebol – até 2050, de forma a corresponder às necessidades de alimento tendo em conta o aumento da população mundial. Para que tal seja possível, tendo em conta os recursos hídricos limitados, será necessário reduzir as culturas intensivas em áreas secas e redistribuir a produção agrícola de alimentos em regiões abundantes em água”, disse, em comunicado, Amandine Pastor, uma das autoras do estudo e investigadora na Universidade de Lisboa e no International Institute for Applied Systems Analysis.

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Os fluxos comerciais globais também terão que sofrer alterações. Será necessário um fluxo adicional de 10% a 20% de comércio de regiões ricas em água para regiões com escassez de água de modo a respeitar as regulações ambientais que garantem a saúde dos ecossistemas.

“É importante perceber que os recursos naturais são limitados. Os resultados do nosso estudo indicam que será possível manter a segurança alimentar e os requisitos de conservação dos ecossistemas de água doce até 2050, apesar da crescente poluição e dos crescentes impactos das mudanças climáticas. Mas, para que isso seja possível, devem ser adotadas práticas sustentáveis e inovadoras, como cultivar em zonas agro-climáticas apropriadas – por exemplo, plantar culturas menos intensivas em água em áreas secas -, desenvolver a agricultura urbana e vertical e reduzir o consumo de carne na dieta humana”, acrescentou Amandine Pastor.

 

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