InícioArtigosCooperativa Agrícola de Moura e Barrancos contesta cortes no bloco de rega...

Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos contesta cortes no bloco de rega de Moura

-

Considerando que:

– O concelho de Moura constitui um território interior e periférico dos grandes centros urbanos, com cerca de dois terços da sua área agrícola afecta ao regime de protecção ambiental Rede Natura 2000, de baixa densidade populacional e elevado índice de envelhecimento;

– A agricultura, e em particular a olivicultura, constitui a principal actividade socioeconómica do concelho. A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos é, por sua vez, o maior e mais representativo agente nesta actividade;

– A construção do Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva resultou em numerosas expropriações e impactou significativamente o território do Concelho de Moura, tendo constituído um factor de competitividade para diversos concelhos do Alentejo, dos quais se excluiu sucessivamente o Concelho de Moura;

– Os últimos blocos de rega previstos para a área de abrangência do EFMA, obtiveram financiamento do Banco Europeu de Investimento em 2017, tendo o Senhor Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, anunciado, em Moura, a construção de um bloco de 10.000 hectares no concelho de Moura, em Setembro de 2018, com data prevista de conclusão em 2021;

– Os anúncios oficiais motivaram a região e os agricultores, tendo sido realizados investimentos com base na informação oficial fornecida em 2018 pelo Governo, e que se provarão ruinosos na eventualidade da não concretização total do bloco;

– A Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos teve conhecimento da intenção da EDIA em reduzir para cerca de 7.000 hectares a área de implantação do bloco em questão, com a justificação de que a subida de custos associados à construção civil não permitirá a construção da área inicialmente prevista de 10.000 hectares;

Tendo em conta o exposto, e dado o facto de a área inicialmente prevista abranger em toda a extensão sobretudo pequenas explorações, que constituem tecido essencial no contexto socioeconómico e produtivo da região, a Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos vem por este meio manifestar total desacordo com a solução encontrada para um problema que apenas pode ser imputado aos sucessivos atrasos que a obra em questão sofreu, que resultou numa desactualização dos orçamentos considerados. A este propósito a Cooperativa questiona ainda se no futuro novas subidas dos custos referidos resultarão em novos cortes nas áreas previstas.

Assim, a Cooperativa insta a EDIA, o Ministério da Agricultura e o Ministério das Finanças a considerar os argumentos expostos, e a procurar uma solução justa para os agricultores da região, lembrando que este projecto é essencial para a sustentabilidade do território e consequente inversão da tendência de desertificação através da fixação de população.

Ultimos posts

Como fazer a Correção do pH do Solo para Plantas que Exigem pH Específico

Nem todas as plantas se sentem bem no mesmo tipo de solo. Umas preferem ambientes mais ácidos, outras desenvolvem-se melhor em solos neutros ou ligeiramente...

Estudo identifica pela primeira vez estirpes de bactéria que afeta gravemente várias culturas agrícolas em Portugal

Uma investigação da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) isolou, pela primeira vez em Portugal, várias estirpes da bactéria Xylella fastidiosa, associada à...

Como cultivar morangos em casa: um guia técnico para iniciantes

Se há fruta que encanta tanto pelo sabor como pela aparência, é o morango. Além dedeliciosos, os morangos são uma verdadeira fonte de saúde: ricos...

Soluções Biocal para Corrigir Solos Ácidos: Como Ajustar o pH de Forma Segura e Sustentável

Já ouviu dizer que o solo "não está bom para plantar"? Muitas vezes, essa sensação tem uma explicação simples: o solo pode estar demasiado ácido....