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Todos os solos são diferentes. É importante conheceremos o nosso solo antes de pensarmos em melhorá-lo. Existem solos que precisam de mais cuidados que outros

O Papel do pH na Eficiência dos Fertilizantes: Como Usar os Produtos Certos para Melhorar os Resultados

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Quando pensamos em fertilização, é normal que a nossa atenção vá diretamente para os nutrientes: o azoto que faz crescer, o fósforo que estimula raízes, o potássio que
fortalece, os micronutrientes que completam o equilíbrio. Mas há um fator silencioso
que muitas vezes passa despercebido — e que pode estar a travar todo esse esforço.
Esse fator chama-se pH do solo.
Pode parecer um detalhe técnico, mas a verdade é esta: o pH condiciona a forma como
as plantas absorvem os nutrientes. Ou seja, podes estar a aplicar os fertilizantes
certos, nas quantidades certas, com a melhor das intenções — mas se o solo tiver o pH
errado, as tuas plantas vão continuar a mostrar sinais de carência. Vão crescer pouco,
amarelecer, dar menos frutos… e tu vais pensar que precisas de mais adubo. Quando, na
realidade, precisas de corrigir o ambiente onde tudo acontece: o solo.
Neste artigo, vamos explorar com profundidade o que é o pH, como ele interfere na
fertilização, quais os sinais de alerta, como se mede, e que soluções práticas existem
para garantir um solo equilibrado — onde os fertilizantes realmente funcionam.

O que é o pH do solo?

O pH é uma escala que mede o grau de acidez ou alcalinidade de uma substância. No
caso do solo, essa escala vai de 0 a 14:
– Um pH abaixo de 7 indica um solo ácido.
– Um pH de 7 é considerado neutro.
-Um pH acima de 7 revela um solo alcalino.
Na prática, o pH do solo resulta de vários fatores: o tipo de rocha-mãe, a quantidade de
matéria orgânica, o regime de chuvas, o tipo de adubação feita ao longo do tempo, entre outros. Em Portugal, por exemplo, muitos solos — especialmente no Norte e no Centro
— tendem a ser mais ácidos, devido à elevada pluviosidade e à lixiviação (perda) de
minerais básicos. Já em regiões mais secas, como o Alentejo, é comum encontrar solos
mais alcalinos.
A maior parte das hortícolas desenvolve-se melhor num solo ligeiramente ácido a
neutro, com um pH entre 6 e 7. É nesta faixa que a absorção dos principais nutrientes
se dá de forma mais eficiente. Fora desse intervalo, muitos nutrientes tornam-se
indisponíveis — estão lá, mas as plantas não conseguem aproveitá-los.

Porque é que o pH afeta a fertilização?

A ligação entre o pH do solo e os fertilizantes é direta: o pH altera a solubilidade e a disponibilidade dos nutrientes no solo.

Por exemplo:

  • Em solos ácidos (pH abaixo de 6), nutrientes como o fósforo, cálcio, magnésio e molibdénio ficam retidos no solo ou reagem com outros elementos, formando compostos que as raízes não conseguem absorver. Além disso, metais tóxicos como o alumínio e o manganês tornam-se mais solúveis, podendo prejudicar o crescimento radicular.
  • Em solos alcalinos (pH acima de 7), são os micronutrientes que ficam menos disponíveis — como o ferro, o zinco, o cobre e o manganês. As plantas podem mostrar sintomas de clorose (folhas amareladas), mesmo com fertilização adequada.

Isto significa que fertilizar um solo desequilibrado é como tentar dar comida a alguém com o estômago bloqueado. A comida está lá, mas não é digerida.

Sinais de que o pH pode estar a atrapalhar as tuas culturas

Nem sempre é fácil identificar a causa dos problemas na horta. Mas há alguns sintomas típicos de desequilíbrio no pH que deves ter em atenção:

  • Plantas que crescem lentamente, mesmo com adubação.
  • Folhas amareladas ou com manchas, especialmente nas mais jovens.
  • Fracas produções de frutos ou legumes deformados.
  • Presença frequente de musgos ou ervas espontâneas específicas.
  • Solo muito compacto, encharcado ou estaladiço.
  • Necessidade constante de aplicar fertilizantes — sem melhorias visíveis.

Se já tentaste corrigir estes problemas com mais adubo ou mais água e nada mudou… pode estar na altura de olhar para o pH do solo.

Como medir o pH do solo?

Felizmente, medir o pH é simples, acessível e podes fazê-lo em casa. Tens várias opções:

  1. Kits de teste de pH

Disponíveis em lojas agrícolas ou online, funcionam com tiras ou reagentes líquidos. Basta recolher um pouco de solo, misturar com água destilada e aplicar o reagente. A cor resultante indica o pH. São baratos e bastante úteis para um diagnóstico inicial.

  1. Medidores digitais

Dispositivos eletrónicos que se colocam diretamente no solo húmido. Dão uma leitura rápida e precisa do pH. Um bom investimento para quem cultiva regularmente.

  1. Análises laboratoriais

A opção mais completa. Envia-se uma amostra para análise, que revela não só o pH como também a textura, matéria orgânica e teores de nutrientes. Ideal para cultivos mais exigentes ou projetos agrícolas.

Dica prática: Mede o pH em vários pontos da tua horta — pode haver variações entre canteiros, zonas sombreadas ou áreas mais expostas à água.

Como corrigir o pH com os produtos certos?

Depois de saberes qual o pH do teu solo, é hora de agir. Aqui, o importante não é aplicar “qualquer coisa”, mas sim escolher o produto certo para o problema certo.

→ Se o solo estiver ácido (pH baixo)

A solução passa por alcalinizar o solo, ou seja, subir o pH. Para isso, usa-se:

  • Calcário agrícola: produto natural à base de carbonato de cálcio. Corrige a acidez de forma progressiva e melhora a estrutura do solo.
  • Dolomite: semelhante ao calcário, mas com magnésio incluído — ótimo para solos com carência desse mineral.
  • Produtos com cálcio de ação rápida: versões mais solúveis, ideais para hortas urbanas ou situações que exigem resposta mais rápida.

Aplica-se na superfície e incorpora-se com uma enxada ou sacho. O ideal é aplicar algumas semanas antes de plantar, para dar tempo ao solo de reagir.

→ Se o solo estiver alcalino (pH alto)

Neste caso, o objetivo é baixar o pH. As soluções incluem:

  • Matéria orgânica bem decomposta (composto, húmus de minhoca, estrume): com o tempo, acidifica ligeiramente o solo e melhora a vida microbiana.
  • Fertilizantes acidificantes: como os à base de enxofre, ureia com nitrificação lenta, ou sulfato de amónio.
  • Enxofre elementar: aplicação técnica que requer cuidado e conhecimento, mas muito eficaz em solos persistentemente alcalinos.

Nota importante: qualquer correção deve ser feita com moderação. O excesso pode levar ao efeito contrário e causar novos desequilíbrios.

Biocal Composto: Corrige o pH e Fortalece o Solo

Quando o solo está demasiado ácido, as plantas não conseguem aproveitar bem os fertilizantes — mesmo que estejas a usar os certos. Para resolver isso, precisas de corrigir o pH. E é aí que o Biocal Composto pode ajudar.

Este produto é um corretivo agrícola feito à base de minerais naturais, ideal para aumentar o pH do solo e torná-lo mais equilibrado. Ou seja, ajuda a neutralizar a acidez e a criar melhores condições para as plantas crescerem com força.

Mas o Biocal Composto não faz só isso. Na sua composição, tem dois nutrientes muito

importantes: cálcio e magnésio. O cálcio melhora a estrutura do solo e ajuda as raízes a desenvolverem-se bem. O magnésio é essencial para a fotossíntese — é ele que dá energia às plantas para crescerem.

Além disso, este produto tem um valor neutralizante alto (89,3), o que significa que é eficaz mesmo em solos muito ácidos. E tem um ponto extra a favor: está certificado para agricultura biológica, o que o torna uma escolha segura e amiga do ambiente.

A aplicação é simples: espalha-se no solo, mistura-se ligeiramente e rega-se a seguir. É ideal fazer isto algumas semanas antes de plantar.

Se o teu solo está ácido e queres dar às tuas plantas as melhores condições para crescerem, o Biocal Composto é uma solução prática, eficaz e natural.

O que acontece depois de corrigires o pH?

Quando o solo está equilibrado, tudo melhora. A absorção de nutrientes torna-se mais eficiente, as raízes desenvolvem-se melhor, a atividade microbiana intensifica-se e o uso de fertilizantes passa a ser mais eficaz — com menos quantidade e mais resultado.

Além disso, um solo com pH correto:

  • Gera plantas mais saudáveis e resistentes;
  • Melhora a produtividade e o sabor dos alimentos;
  • Reduz o risco de doenças e pragas;
  • Exige menos intervenções químicas.

É uma mudança “invisível”, mas com impacto direto e duradouro em tudo o que cultivas.

Conclusão: fertilizar bem começa com conhecer o solo

Antes de pensares em que fertilizante vais usar, pensa no ambiente onde ele vai atuar. O solo é o palco de toda a vida vegetal — e o pH é o equilíbrio que dita as regras. Com um solo ácido ou alcalino em excesso, os melhores nutrientes tornam-se inúteis. Com o pH certo, até fertilizantes simples podem fazer maravilhas.

A agricultura — mesmo a caseira — não é só força de vontade. É observação, conhecimento e pequenas decisões estratégicas que fazem a diferença a longo prazo.

🌱 Cultivar é um gesto de cuidado. E esse cuidado começa por baixo da superfície.

Artigo patrocinado pela Biocal*

 

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