A IACA – Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais promove nos dias 10 e 11 de março, às 15h00 um webinar que analisa o mercado ibérico dos alimentos para animais após um ano de pandemia. O evento dá um destaque especial, no dia 11, ao acesso das empresas a cereais e a proteína no mercado mundial de matérias-primas, produtos que têm vindo a sofrer aumentos relevantes no último ano. As empresas portuguesas de alimentação animal têm sido especialmente impactadas com o aumento dos preços do milho, trigo, cevada e oleaginosas, como a soja, e seus derivados. As subidas na ordem dos 35 a 40% em particular no último trimestre de 2020 e a previsão da manutenção desta tendência altista faz com que os industriais estejam preocupados e antevejam uma subida dos preços da alimentação no consumidor em Portugal já em 2021, por efeito da transmissão das referidas subidas nos vários agentes económicos a jusante.
O webinar acontece numa altura em que o Índice de Preços da Alimentação da FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, regista um aumento pelo nono mês consecutivo, atingindo uma média de 116 pontos, o nível mais alto desde julho de 2014. Contribuem para esta tendência e afetam diretamente a produção portuguesa de alimentação animal o aumento do preço das oleaginosas e de cereais, matérias-primas que registam, segundo a avaliação da mesma entidade, uma subida de 42,3% face ao período homólogo em janeiro de 2020 impulsionada pela forte procura da China. A China é, aliás, apontada como um dos principais responsáveis pelo aumento generalizado dos preços devido à compra de grandes quantidades de várias matérias-primas, entre as quais se encontram o milho e a soja, não só para acumular stocks para o médio e longo prazo, mas também para satisfazer as produções de suínos e frangos, no curto prazo.
Para apoiar a compreensão destas questões o evento conta com a participação de Emily French, representante da consultora Global Agprotein que apresenta a “Situação e perspetivas do mercado mundial dos cereais” e de Dave Hightower, representante da consultora Hartfield Trading Partners que aborda “A Situação e perspetivas do mercado mundial da proteína”. A destacar, ainda, a participação de José Romão Braz, Presidente da IACA, e de Fernando Antunez, Presidente da congénere espanhola que, respetivamente, analisam a situação atual do setor em Portugal e em Espanha e perspetivam a evolução dos mercados no período pós-Covid- 19.
O webinar é, ainda, momento para a análise do trabalho das empresas de alimentação animal rumo à sustentabilidade. Pedro Cordero, representante da FEFAC – Federação dos Fabricantes Europeus de Alimentos Compostos para Animais – aborda as características do Guia FEFAC 2021 para a aquisição de soja responsável. Também acerca de sustentabilidade,Janjoris Van Diepen, representante da Blonk Consultants, apresenta a análise sobre a Pegada Ecológica da Soja proveniente dos Estados Unidos da América (EUA), e Brent Babb, representante da USSEC, apresenta a soja dos EUA como uma solução para as exigências do mercado europeu. Erik Norland, representante da CME Group, a empresa americana de mercados globais, encerra a reunião com uma “Visão Geral da Situação Económica Mundial”.
Face ao contexto e numa antevisão das principais questões a discutir no webinar, José Romão Braz, Presidente da IACA, afirma “É importante percebermos que um país dependente de importações de cereais e oleaginosas, como o nosso, é naturalmente vulnerável, e fica mais exposto nestas alturas. A pandemia e as perspetivas de médio/longo prazo para a procura de matérias-primas obrigam-nos a pensar na questão da food security, isto é, na segurança do abastecimento alimentar à população, que decorre, naturalmente, das condições dos operadores para a produzirem. Atualmente essas condições estão cada vez mais exigentes e isso, claramente, vai refletir-se no preço da alimentação no consumidor final”.
Jaime Piçarra, Secretário-Geral da mesma entidade diz “é importante que no atual contexto de pandemia e tendo em conta o aumento persistente do custo das matérias-primas, a estratégia para a sustentabilidade ambiental do Velho Continente e os instrumentos europeus de recuperação, prevejam apoios efetivos às empresas para fazerem a transição para uma economia verde. Isso será, de facto, não deixar ninguém para trás.”
O encontro dos industriais de alimentação animal é realizado em parceria com a USSEC e a CESFAC e tem início no dia 10 de março, quarta-feira, pelas 15h00 com uma ronda de apresentações acerca dos desenvolvimentos científicos na área da nutrição animal.
- Programa integral do webinar disponível em www.iaca.pt e inscrições acessíveis aqui
- Não existirá gravação do encontro. As apresentações-base dos oradores poderão ser disponibilizadas mediante solicitação.
Para mais informações: Catarina Labau | e-mail:[email protected] | tlm: +351 91 909 59 95
Sobre a IACA e o setor da Alimentação Animal
A IACA, Associação Portuguesa dos Industriais dos Alimentos Compostos para Animais, integra 58 associados – empresas de alimentos compostos para animais, pré-misturas e aditivos – e representa mais 80% da produção nacional de alimentos compostos para animais e a totalidade das pré-misturas de produção nacional.
Os principais destinos da produção desta indústria são a alimentação para animais de estimação e para as explorações pecuárias. Para estas últimas, que representam 2.760 milhões de euros e 38% da economia agrícola nacional, a alimentação animal constitui o maior fator de produção. O setor da alimentação animal tem um impacto direto em 46.000 explorações especializadas e 37.780 mistas (atividade agrícola e pecuária).
O setor gera, anualmente, um Volume de Negócios de 1.426 milhões de euros, o que representa 12% do Volume de Negócios da Agroindústria. As empresas de produção de alimentos compostos para animais empregam, atualmente, cerca de 3.500 trabalhadores, ou seja, 4% do Volume de emprego do setor Agroalimentar