Olá! Espero que se encontrem bem. Agora com a subida das temperaturas típica desta época mais quente do ano que vivemos, é importante ter em atenção acidentes fisiológicos como o escaldão, que afetam frequentemente as nossas culturas frutícolas. Por essa razão, neste novo artigo venho falar-vos sobre o escaldão na agricultura, principais sintomas nos frutos e como combatê-lo. Se este tema vos interessa, então continuem a ler este artigo e partilhem com os vossos amigos agricultores.
O que deve saber sobre o escaldão na agricultura
O escaldão caracteriza-se por ser uma lesão na epiderme dos frutos, ou seja, a sua camada mais exterior. Este dano é causado essencialmente pelas temperaturas elevadas acompanhadas de uma intensa radiação solar. Os frutos e hortícolas quando expostos a estas condições climáticas são por isso propicias ao desenvolvimento destes acidentes fisiológicos.
Embora a transpiração e evaporação da água ao nível dos frutos seja uma ajuda fundamental para diminuir a temperatura, no entanto, caso estes estejam em condições de stress ou num momento pós-colheita, o escaldão pode causar consequências muito nefastas.
Oscilações de temperatura podem também agravar este acidente fisiológico especialmente se após um período mais fresco se sucedem períodos mais prolongados de elevadas temperaturas.
Por outro lado, ao longo da fase de desenvolvimento dos frutos e consequente aumento do seu calibre e mudança na posição dos ramos decorrente deste facto, os frutos acabam por ficar mais expostos a radiações solares mais intensas. Por essa razão, os frutos ficam assim mais vulneráveis ao desenvolvimento deste acidente fisiológico nestas condições.
Paralelamente, após a colheita dos frutos deve evitar que estes fiquem durante algum tempo expostos a radiações solares intensas pois neste ambiente, ficarão também predispostos a sofrerem escaldões.
Conheça os principais sintomas do escaldão nos frutos
O escaldão nos frutos é conhecido por vários sintomas característicos. Um dos principais é o aparecimento de manchas que podem apresentar tonalidades distintas desde brancas ou amareladas (sintomas mais ligeiros) que normalmente evoluem para tonalidades acastanhadas após serem conservadas por algumas semanas no frio. Em situações em que os efeitos são mais graves, é possível observar o desenvolvimento de manchas com tonalidades castanhas escuras, mesmo antes do momento da colheita.
Em situações extremas, o escaldão pode ainda causar danos na epiderme e polpa dos frutos, diminuindo a sua qualidade. Nestas condições, os seus tecidos acabam por ficar mais escuros e endurecidos.
Tipos de escaldão
Segundo a terminologia americana, existem dois tipos de escaldão: o escaldão com acastanhamento – “sunburn browning” e o escaldão com necrose- “sunburn necrosis”.
No escaldão com acastanhamento não se verifica a morte das células e as membranas mantêm-se pouco afetadas. No entanto, a clorofila acaba por degradar-se mais rapidamente e as lesões causadas por este acidente fisiológico mostram-se irreversíveis. Embora que, ao longo do processo de maturação dos frutos, o aumento da pigmentação destes nesta fase pode tornar menos visíveis certos sintomas característicos deste acidente fisiológico.
O escaldão com acastanhamento ocorre quando a superfície do fruto é atingida por luz solar direta e a quando a superfície dos frutos atinge valores extremamente altos (entre 46 e 49 ºC ).
O escaldão com necrose caracteriza-se por ocorrer morte das células epidérmicas e subepidérmicas além de que se verifica uma destruição das membranas celulares. Para ocorrer este tipo de escaldão não é necessária luz solar direta e manifesta-se quando a superfície do fruto atinge temperaturas extremamente altas (acima de 52ºC), não sendo necessário luz solar direta. Existem alguns fatores que proporcionam o desenvolvimento deste tipo de escaldões entre eles: temperaturas elevadas, produções altas, exposição a stresses hídricos elevados, baixa concentração de cálcio, orientação das linhas de plantação, frutos no quadrante oeste, entre outros.
O escaldão com necrose acaba por proporcionar muitas vezes o desenvolvimento de doenças, quebra na qualidade e produção dos frutos bem como problemas na conservação dos mesmos.
Como combater o escaldão nos frutos
É importante que haja ao longo do desenvolvimento das culturas um bom aporte de cálcio e boro, de forma a entre outras ações fortalecer a epiderme. Mas como podemos combater o escaldão?
Fazer uma gestão adequada da quantidade de cálcio fornecido ao longo do desenvolvimento da cultura, aplicando Caos XT da AgriPro pode ser uma boa solução. Este produto caracteriza-se por possuir uma elevada translocação na planta quer seja aplicado via foliar em ou em fertirrega. Esta gestão destes nutrientes como o cálcio e boro é muito importante pois permite às plantas ter uma maior capacidade de resistência a fenómenos lesivos que atuem na epiderme.
Por outro lado, pode ser bastante interessante aplicar soluções como o silício com óxidos de cálcio através do produto Gold Dry. Outra solução pode ser através da aplicação de bioestimulantes específicos para stress de plantas que levam a que as mesmas estimulem o seu funcionamento (evitando o fecho dos seus estomas). O Betazyme Plus, também da Agripro, possui esta função e tem este desempenho. Outra solução encarada como de urgência e emergência pode ser a combinação destes dois produtos garantindo que os momentos de stress das culturas sejam ultrapassados sem perda de rendimento. É importante referir que os produtos devem ser aplicados antes das queimaduras e de preferência em alturas de menor calor como o início da manhã ou final da tarde, aumentando a sua eficácia.
O importante a ter em conta que o escaldão é um acidente fisiológico provocado por uma forte insolação que conduz a queimaduras nos frutos. Este, acaba por levar ao aparecimento na casca de pequenas gretas/rachas e manchas de cor castanha a negra originando a perda de qualidade e quebra de produção dos frutos produzidos. Por isso, é importante que monitorize o seu pomar com frequência de forma a conseguir tratar e evitar consequências mais nefastas nos seus frutos.
Artigo patrocinado pela Agripro*