Este artigo foi adaptado da Circular nº 02 de 2019, da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho. Esta circular, bem como edições anteriores, pode também ser consultada e descarregada em:
1 – www.drapn.pt
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Doenças do lenha na vinha: sabe como prevenir e tratar?
- Esca
- Escoriose americana;
- EScoriose europeia (BDA);
- Doença de Petri;
- Eutipiose;
Prevenção das doenças e recuperação de plantas afetadas
As doenças do lenho da videira, para as quais existem ainda poucas soluções, são hoje consideradas por muitos investigadores como um impasse técnico maior na cultura da Vinha.
Como forma de ir torneando o problema e convivendo com ele, são recomendadas medidas preventivas e paliativas.
Medidas preventivas
– Na instalação de novas vinhas, escolher porta-enxertos e castas reciprocamente adaptadas, contribuindo para uma boa adaptação e para limitar os excessos de vigor.
– Do mesmo modo, escolher e plantar videiras de boa qualidade, em bom estado, frescas, com raízes bem desenvolvidas. Tratandose de enxertos-prontos, verificar a correta soldadura da enxertia. Estes cuidados contribuem, à partida, para o desenvolvimento de uma vinha saudável.
– Manter as vinhas em boas condições sanitárias, sem excesso de vigor, gerindo corretamente a manutenção do solo e a fertilização.
– Evitar o stress hídrico, sobretudo nos primeiros anos das vinhas novas.
– Evitar produções excessivas, que esgotam rapidamente as videiras e as tornam mais suscetíveis às doenças do lenho.
– Na poda, eliminar o mais possível os braços das videiras afetados pelas doenças do lenho, procurando reconstituir as plantas. Os instrumentos de poda devem ter boas lâminas, para fazerem cortes perfeitos. Os cortes devem ser bem pincelados com uma pasta isolante.
-Os cortes mais extensos devem ficar inclinados para o chão, de modo a que a água da chuva possa escorrer, reduzindo as condições de infeção.
– Reduzir as fontes de infeção (inóculo), retirando de imediato da vinha todos os resíduos de poda e videiras mortas pelas doenças do lenho.
Medidas paliativas
As medidas paliativas visam recuperar, ao menos temporariamente, as videiras atacadas.
Uma das técnicas usadas consiste em recuperar a videira doente, atrasando-a, ou seja, cortando o tronco o mais abaixo possível da zona onde são visíveis os sintomas (necroses do lenho). Deve-se isolar o corte com uma pasta(isolcoat, cera de abelhas…), para evitar novas infeções.
Outra técnica – a reenxertia – só deve ser tentada se o porta-enxerto não tiver sido atingido pelo fungo e não apresentar necroses no lenho. O tronco deve ser cortado pelo porta-enxerto e se este estiver são, procedese a reenxertia de fenda, aplicando de seguida um isolante sobre a zona de enxertia e sobre todo o lenho exposto pelo corte.
Se estas duas operações forem bem feitas e bem sucedidas, as videiras recuperam a sua capacidade
produtiva ao fim de dois anos.
No Modo de Produção Biológico é autorizada a aplicação de biofungicidas à base de Trichoderma, no âmbito da luta contra a esca, BDA, eutipiose e doença de Petri (Consulte aqui). Estes produtos são também autorizados noutros modos de produção, em vinhas em produção e em viveiros.
Escoriose americana e Escoriose Europeia (BDA-Black Dead ARM)
(Phomopsis vitícola; Botryosphaeria spp.)
Seleção de varas para enxertia
As varas para enxertia devem se colhidas em videiras isentas de escoriose e de outras doenças do lenho (esca, eutipiose).
Tratamento
A Vinha ainda está em repouso. É cedo para tratar contra a escoriose. Aguarde novas indicações.
Cochonilha-Algodão
(Pseudococcus (=Planococcus) citri)
Antes da rebentação, deve ser feito um tratamento inseticida à base de óleos parafínicos (óleo de verão), dirigidos apenas às plantas ou áreas de vinha afetadas.
Utilize uma dose baixa (1 a 1,5 litros de óleo/ 100 litros de água). Aplique uma quantidade de calda nunca inferior a 1500 litros por hectare, molhando muito bem toda a planta. Deve aplicar o óleo com dias soalheiros e sem vento. Não aplique com temperaturas inferiores a 5o C.
A aplicação de óleos parafínicos (óleo de verão) é permitida no combate à cochonilha-algodão em vinhas no Modo de Produção Biológico.
Consulte aqui a Circular nº 1/2019