Apesar de, na esfera privada, dirigentes e responsáveis do PAN desenvolverem, ou terem desenvolvido, atividade agrícola relevante, com recurso a práticas de agricultura moderna e com vocação exportadora, a verdade é que, na esfera pública, o PAN é um partido anti agricultura e que rejeita as especificidades, tradições, cultura e valores do mundo rural.
É um partido perigoso e radical que está nos antípodas do que a maioria da população e a CAP defendem e, por isso, todos os cidadãos eleitores com ligações ao setor agrícola e ao mundo rural devem rejeitar – e rejeitam – o voto no PAN, bem como nos que manifestem disponibilidade para com ele se coligarem.
No decurso dos debates que foram sendo realizados na atual campanha eleitoral, os portugueses foram surpreendidos com a disponibilidade de partidos políticos centrais na nossa democracia, com destaque para o Partido Socialista, que assumiu, pela voz do seu Secretário-Geral, poder ter no PAN um parceiro de coligação ou de entendimento pós-eleitoral.
Referiu António Costa (debate a 13 de janeiro, com Rui Rio) que “não há tabus sobre o que acontecerá a 30 de Janeiro”. A clareza da posição de António Costa, que admitiu governar com um partido cujas ideias e programa eleitoral preconizam a destruição da agricultura e a aniquilação do mundo rural, provocou uma imensa indignação em todo o setor, incluindo em diversos autarcas do Partido Socialista no interior do país. O PAN representa uma ameaça real ao futuro do país. As suas propostas para a agricultura e para o ambiente baseiam-se maioritariamente em ideologia, preconceito, ignorância, perceção e crendice. A maioria das propostas do PAN não resiste ao confronto com a ciência e o conhecimento científico. As medidas que preconiza para a agricultura e o mundo rural, no qual se incluem, entre outras fileiras e atividades, a floresta e a caça, assentam em expressões como “proibir, interditar, eliminar, retirar, impedir”… Esta é uma postura autoritária e impositiva que não é aceitável nem pode ser normalizada. Estas atividades são importantes para e economia, para a sociedade e o emprego e para o desenvolvimento sustentável e equilibrado do território. Aceitar governar com o PAN é admitir que o poder é mais importante do que o futuro do país, é ignorar e desrespeitar a esmagadora maioria da população. Portugal precisa de um setor agrícola e de um mundo rural vivo, desenvolvido, moderno, exportador, inovador e sustentável. Integrar o PAN em soluções de governo pode servir projetos de poder, mas não serve o interesse nacional.
Assim, perante a possibilidade de o PAN vir a integrar um Governo de Portugal caso o Partido Socialista vença as eleições sem maioria, não pode a CAP ter outra posição que não seja a do apelo à rejeição do voto no Partido Socialista.
Nada move a CAP contra o Partido Socialista. Pelo contrário, a CAP respeita o Partido Socialista e considera que o mesmo é uma instituição basilar da democracia portuguesa.
Mas tudo move a CAP contra a possibilidade de o Partido Socialista integrar o PAN em qualquer solução governativa, em qualquer circunstância.
Da mesma forma procederá a CAP em caso de ser assumido, por qualquer outra força política, que o PAN possa ser parte de qualquer solução de governo para Portugal.