Terça-feira, Março 19, 2024

Cochonilhas: aprenda a identificá-las e a combatê-las com receitas naturais!

As cochonilhas são pragas frequentes em pomares (aparecem frequentemente em pomares de citrinos) e  provocam prejuízos directos uma vez que sugam a seiva das plantas.

Devido a este ataque nas plantas, tornam-nas mais fracas e indirectamente, levam à produção da melada que excretam e da fumagina que também se desenvolve sobre elas.

Melada: substância espessa rica em açúcares, segregada geralmente por afídios e outros insectos, enquanto se alimentam de seiva de plantas.  A excreção de grandes quantidades de meladas pelas cochonilhas atrai formigas de variadas espécies, em busca de alimento.                                                                                                                                                                                                                             Autor  da imagem: Dawidi, Johannesburg, South Africa – http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Ant_Receives_Honeydew_from_Aphid.jpg
Fumagina: Surge nas  folhas e menos frequentemente em  ramos que  evidenciam manchas escuras ou negras,com um aspecto polvorento, que se transformam numa espécie de  crostas posteriormente. A fumagina é um sinal claro da presença do   fungo Capnodium citri , que surge sobretudo depois do aparecimento das  meladas dos citrinos atacados por cochonilhas.                                  Fonte da imagem: Coisas da terra

Que tipo de cochonilhas existem?

1. Cochonilha-algodão

As fêmeas da cochonilha-algodão dos citrinos (Planococcus citri) põem os ovos na Primavera nos órgãos mais tenros das árvores.

Destes ovos nascem larvas que se espalham pelos rebentos e folhas novas e se introduzem no cálice dos frutos, provocando a sua queda, sobretudo quando estes são ainda pequenos.
Muitas cochonilhas agrupam-se sobre os frutos, sobretudo nos pontos em que estes encostam uns aos outros, formando massas brancas de “algodão”, donde pinga uma melada pegajosa sobre a qual se desenvolve a fumagina.
Pode ser combatida com óleo de Verão ou introduzindo uma joaninha predadora (Cryptolaemus montrouzieri), que se alimenta das cochonilhas, acabando por reduzir as populações a uma presença insignificante.

Fonte do texto e imagem: DRAP Norte: Ficha Técnica 42- Autor: Carlos Coutinho– Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário. Disponível em : http://www.drapn.mamaot.pt/drapn/conteudos/ft2010/ficha_tecnica_42_2011.pdf

2. Cochonilha-negra

A cochonilha negra (Saissetia oleae) , tem uma geração anual.

Durante a Primavera – Verão, eclodem as ninfas, que procuram a parte exterior da copa, mais iluminada, para se fixarem nas nervuras principais das folhas.

Aí evoluem e durante o Outono-Inverno deslocam-se para o interior da copa, instalando-se nos ramos, onde ficam protegidas e chegam a formar grandes concentrações compactas. Tratamentos com óleos no fim do Verão são eficazes e não causam desequilíbrios na fauna útil.

Fonte do texto e imagem: DRAP Norte: Ficha Técnica 42- Autor: Carlos Coutinho- Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário. Disponível em : http://www.drapn.mamaot.pt/drapn/conteudos/ft2010/ficha_tecnica_42_2011.pdf

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3. Cochonilha-cerosa

A cochonilha cerosa ou carrapeta branca (Ceroplastes sinensis) tem os citrinos como principal hospedeiro, embora
se encontre também em muitas outras plantas (figueira,loureiro, azevinhos, …).

Fonte do texto e imagem: DRAP Norte: Ficha Técnica 42- Autor: Carlos Coutinho– Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário. Disponível em : http://www.drapn.mamaot.pt/drapn/conteudos/ft2010/ficha_tecnica_42_2011.pdf

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4. Cochonilha australiana

A Icerya purchasi, uma cochonilha de origem australiana introduzida na Europa no século XIX, é pouco vulgar no norte do país e aparece sobretudo em pomares semi abandonados e em árvores dispersas, junto com cochonilhas de outras espécies.

Aparece também em plantas ornamentais. Em luta biológica utiliza-se o seu inimigo natural, a joaninha Rodolia cardinalis que, sendo introduzida, depois se aclimata, acabando por destruir rapidamente as populações de Icerya.

5. Cochonilha-vírgula

A cochonilha vírgula (Lepidosaphes beckii) é muito vulgar e encontra-se com frequência sobre os frutos.

Fonte do texto e imagem: DRAP Norte: Ficha Técnica 42- Autor: Carlos Coutinho- Divisão de Protecção e Controlo Fitossanitário. Disponível em : http://www.drapn.mamaot.pt/drapn/conteudos/ft2010/ficha_tecnica_42_2011.pdf

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Receitas naturais para combater as cochonilhas

1 . Solução com sabão em barra

Para fazer esta solução, rale um sabão em barra em pelo menos 2 litros de água, misturando bem até formar uma pasta mais fluída e como aspecto “creme”.   Pulverize esta solução no período da noite, nas plantas atacadas. Verá que esta solução diminuirá largamente esta praga.

2. Rodeie o seu pomar por plantas de alho

Plantar  alho ao redor dos seus canteiros, vasos ou pomar é uma boa forma de  controlar  de forma biológica este tipo de pragas, uma vez que o alho funciona como um  repelente de insetos.

Para tal, escolha alguns dentes de alho  e plante em redor das  plantas mais suscetíveis de serem atacadas.

Pode também fazer uma solução de algo ( ferva 4 dentros de alho em 1 litro de água, triture a solução e pluverize quando a solução estiver fria). O alho é um bom exemplo de  bactericida e inseticida, revelando-se por isso uma boa solução no combacte a pragas de insectos.

3. Óleo de Neem

Uma solução com óleo de neem também é muito adequada para o combate à cochonilha. Pode adquirir este óleo em lojas de jardinagem, hortos e por vezes, drogarias.

6) Poda de plantas infestadas

A poda é uma prática cultural muito importante para ajudá-lo a remover as  partes das plantas danificadas pelas cochonilhas (folhas, frutos, ramos).

Se possível queime os resíduos resultantes da poda.

Também têm tido problemas com cochonilhas? Quais são as que mais frequentemente aparecem no seu pomar? Como tem tratado?

 

acientistaagricola
acientistaagricolahttp://acientistaagricola.pt
Olá, sou a Rosa. Nasci e cresci em meio rural e desde cedo percebi o que queria fazer para o resto da vida. Mais tarde, quando entrei no ensino superior tornei-me Técnica Superior do Ambiente e Agrónoma, áreas que sempre me fascinaram. Este blog é mais do que um projecto pessoal...é  o culminar de duas paixões: a escrita e as ciências ambientais e agrárias. Este é um local de encontro entre todos aqueles que partilham destas mesmas paixões. 

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