Artigo adaptado da Circular nº 8 de 2020, da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho.
Esta circular, bem como edições anteriores, pode também ser consultada e descarregada em:
1 – www.drapn.pt
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MÍLDIO
Plasmopara vitícola
As temperaturas relativamente baixas da última semana, atrasaram o desenvolvimento da Vinha. Algumas vinhas estão até cloróticas (amareladas) devido a esta situação.
A queda de chuva e a humidade relativa do ar sempre muito elevada (>90%) são favoráveis a infeções primárias e secundárias, não só nas folhas, mas também nos cachos, com a sua destruição. O aumento das temperaturas nos próximos dias (aqui), contribuirá para um mais rápido desenvolvimento do míldio. Novas manchas de míldio, resultantes das infeções mais recentes, sairão entretanto (Quadro 1). A estas acrescerão as manchas resultantes das infeções secundárias, aliás já observadas em alguns locais e castas. Mantenha a vinha protegida, renovando o tratamento assim que estiver a terminar o período de validade do anterior (8 a 10 dias).
Os produtos sistémicos, penetrantes e translaminares necessitam de 1 a 2 horas sem chuva, após a aplicação para serem eficazes. Na atual fase de crescimento da Vinha e tempo de chuva, a persistência dos produtos será reduzida para 8 dias, por vezes menos. Tendo em conta, por outro lado, o crescimento mais lento da Vinha na última semana, este período pode não ter sido tão reduzido desde o último tratamento (10 dias).
Ajuste o volume da calda à massa de vegetação da vinha, de modo a evitar derivas e desperdícios de produto. No combate ao míldio em vinhas no Modo de Produção Biológico, são autorizados produtos à base de cobre.
PODRIDÃO NEGRA (BLACK ROT)
Guignardia bidwellii
Tem-se encontrado nas vinhas da Região um elevado número de pústulas de black rot nas folhas, resultantes de infeções primárias, em diferentes estádios de desenvolvimento, o que se deve ao facto de estas infeções serem escalonadas e estarem ainda a ocorrer.
As chuvas persistentes, ainda que sejam esparsas e não muito continuadas, bem como o previsto aumento das temperaturas, criarão condições ótimas para o desenvolvimento do black rot. A partir da alimpa e do início da formação dos bagos, são previsíveis ataques aos cachos. A eliminação dos focos primários da doença – pústulas (manchas) nas folhas – é fundamental para diminuir a incidência e a severidade das contaminações secundárias – ataque aos cachos. Como medida preventiva, apenas praticável em vinhas de pequena dimensão, aconselha-se a retirada das folhas com manchas de blak rot, diminuindo assim o inóculo que viria a atacar os cachos. Se teve ataques de black-rot em anos anteriores, preste especial atenção ao desenvolvimento desta doença e mantenha a vinha protegida.
Para melhor eficácia e rapidez da aplicação, utilize fungicidas de ação simultânea anti míldio e anti black rot. No combate ao black rot em vinhas no Modo de Produção Biológico, são autorizados produtos à base de cobre.
OÍDIO
Erysiphe necator
O aumento das temperaturas e um período sem chuva são favoráveis ao oídio. Aplique agora um fungicida de ação preventiva ou um produto de ação simultânea. Para combate ao oídio no Modo de Produção Biológico estão homologados produtos à base de enxofre, de hidrogenocarbonato de potássio (ARMICARB, VITISAN) e de laminarina (VACCIPLANT).
TRAÇA-DA-UVA
Lobesia botrana
Não trate. Aguarde futuras indicações.
ERINOSE
Eriophyes vitis
Este ano, têm surgido sintomas de erinose, aparentemente com mais frequência. Nesta época do ano, em que a videira tem ainda relativamente pouca vegetação, são mais visíveis os sintomas da erinose que, depois, acabam por se diluir na vegetação abundante das vinhas do Vinho Verde. Geralmente, não são recomendados tratamentos específicos contra esta praga. A aplicação de enxofre, em pó e/ou molhável, ao longo do período vegetativo e os inimigos naturais, têm assegurado um controlo satisfatório da erinose.