Autores do artigo:
Pedro Moreira Dias ,UTAD, email: [email protected] ;
Nelson Araújo Maciel, UTAD, email: [email protected]
Práticas culturais e Pragas e doenças na cultura do marmeleiro
No que diz respeito à fertilização dos pomares de marmeleiros não existem ensaios que possibilitem a realização de recomendações, isto para Portugal (Veloso, 2016).
Porém, segundo InfoAgro (2018), podem ser utilizados fertilizantes orgânicos, fosfatados e potássicos contudo as doses a aplicar devem reduzidas e equilibradas.
Em termos de rega, no pomar do Centro Hortofrutícola da ESAB utiliza-se o sistema gota-a-gota com uma dotação anual de 1800 a 2250 m3/ha e a aplicação de fertilizantes é realizada por fertirrega (Voz do Campo, 2018).
Para o controlo das infestantes a prática mais comum é a aplicação de herbicidas de contacto na linha enquanto que na entrelinha se recorre a destroçadores (Voz do Campo, 2018).
Quanto à poda, no período de formação da planta para a forma de condução pretendida, em geral é em vaso, esta deve ter como objetivo o aumento do vigor e o equilíbrioda copa (InfoAgro, 2018).
A poda de frutificação normalmente é realizada no fim de dezembro a meio de janeiro essencialmente para “rebaixar a árvore” e retirar ramos que possam causar sombreamento e tem o objetivo de fomentar o desenvolvimento dos ramos do ano que serão os responsáveis por grande parte da produção (Voz do Campo, 2018).
As principais pragas do marmeleiro são os afídeos (Aphis pomi De Geer), o bichado-da-fruta (Cydia pomonella Linnaeus) e a mosca do mediterrâneo (Ceratitis capitata Wied) sendo esta última a que mais prejuízos tem causado principalmente na cultivar Portugal (Voz do Campo, 2018).
Nas doenças, a que causa maior preocupação é a entomosporiose provocada por um fungo (Entomosporium maculatum Lév.) e cujos sintomas são anéis necróticos nas folhas, frutos e ramos.
Colheita e Utilizações na cultura do marmeleiro
A colheita do marmelo é realizada manualmente quando os frutos estão maduros.
A sua maturação é reconhecida pelo odor que os frutos emitem e pela queda dos pelos que o envolvem. É difícil obter rendimentos elevados devido ao facto de ser pouco produtiva(InfoAgro, 2018).
Em Portugal, a cultivar Gigante de Vranja é colhida a partir da segunda quinzena de setembro e a Portugal a partir de início de outubro com produtividades médias de 18,5t/ha e 12 t/ha, respetivamente (Voz do campo, 2018).
Não é comum o seu consumo em fresco devido à sua dureza, sabor áspero, acidez e adstringência (Voz do Campo, 2018) e a sua polpa é facilmente oxidada resultando no seu escurecimento (Serralves, 2018) sendo que as suas principais utilizações são para a
produção de compotas, geleias e marmelada.
É de salientar a sua apetência para produtos medicinais, prática comum nos povos árabes (Voz do Campo, 2018).
Pode ser usada como ornamental e a sua madeira pode ser usada na marcenaria e carpintaria (InfoAgro, 2018).
Conclusões
Em suma pode-se concluir que o marmeleiro encontra em Portugal as condições ideais para a sua instalação tal como referido ao longo do trabalho, o marmeleiro acompanha por excelência as zonas vitícolas, muito comuns no nosso território, adaptando-se aos solos tipicamente ácidos e franco-argilosos e reduzida exigência em horas de frio podendo ser cultivado em regiões como o Alentejo.
Porém existe falta de informação e investigação sobre esta cultura em Portugal aliando-se à exigência necessária em equipamentos e instalações para o seu processamento visto que o marmelo não é habitualmente consumido em fresco.
Salienta-se a adaptação desta cultura a Portugal e a elevada diversidade de produtos obtidos nesta cultura citando-se a dupla aptidão para produção de fruto e para madeira o que possibilita a sua utilização para produtos conservados como marmeladas e geleias, perfumes e as árvores em queda de produção para carpintaria e marcenaria. Sendo que esta uma forma de otimizar os lucros obtidos e contribuindo para uma agricultura mais sustentável.