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Inês de Sousa Real. Nova líder do PAN quer abolir tauromaquia e caça e reduzir apoios à agropecuária e pescas

Fonte do artigo: Agricultura e Mar

Inês de Sousa Real é a nova porta-voz do PAN – Pessoas-Animais-Natureza e promete lutar pelas ideias da sua Moção Global Estratégica – “As Causas Primeiro”, apresentada no VIII Congresso do partido, na qual defende o “decrescimento suave em indústrias poluidoras, destrutivas”, como a “agropecuária, pescas ou indústria automóvel”, encorajando a produção de “carnes vegetais e de laboratório”, além da agricultura biológica.

Por outro lado, Inês de Sousa Real quer a “abolição de práticas anacrónicas que persistem, como as touradas, as corridas de cães, a caça ou pesca desportiva”. E garante que o PAN “pugnará ainda pela alteração da lei da caça, sendo incompreensível a impunidade que persiste por parte deste sector”.

Pode ler-se na Moção Global Estratégica – “As Causas Primeiro” que “para além de práticas anacrónicas, como a morte à paulada ou com lança, do recurso a matilhas compostas por mais de 50 animais, a caça é das actividades que maior pressão causa na biodiversidade, como é exemplo o desastre ecológico e o extermínio de animais ocorrido na Torre Bela, para além do sofrimento atroz provocado aos animais por pura diversão. Acresce ainda o impacto que o uso de munições de chumbo tem na saúde ambiental, humana e do animal”.

Abolição da tauromaquia

Ao mesmo tempo, “o posicionamento do PAN é de abolição em relação a todas as práticas de entretenimento que atentem contra o bem-estar animal, físico e emocional. Desde logo, a das actividades tauromáquicas. Uma prática bárbara que viola os mais elementares interesses dos animais e que continua a receber apoios públicos. Também aqui os cavalos são vítimas”.

Diz ainda  Moção liderada pela nova porta-voz do PAN que em Portugal “são mortos por ano cerca de 257 milhões de animais para consumo. São números contabilizados pela DGAV, e que não incluem peixes ou animais abatidos na actividade cinegética. Quer a classe política queira, quer não, este é um assunto político que carece de debate e que em muito influencia as condições ambientais e as condições de bem-estar animal”.

“Pecuária é das actividades mais poluidoras”

Para a lista única apresentada no VIII Congresso do PAN, a sociedade em que vivemos “ignora as condições em que os animais são criados, transportados e abatidos, em suma, em que toda a sua existência é condicionada pelos interesses do ser humano. Mas mais, que ignora também qual o impacto ambiental da pecuária? (…) A pecuária é das actividades mais poluidoras, sendo os bovinos os grandes libertadores de gás metano para a atmosfera. A criação intensiva de gado vai chegar ao fim. Apenas ainda não sabemos quando”.

A nova líder do PAN considera que a economia “deverá intervir positivamente na mudança climática, desincentivando o seu próprio crescimento a qualquer preço, degenerando, tantas vezes, a vida planetária. Assim, devemos também incentivar o decrescimento suave em indústrias poluidoras, destrutivas, como a produção de combustíveis fósseis, agropecuária, pescas ou indústria automóvel”.

“Ao mesmo tempo, incentivar o crescimento de indústrias com externalidades positivas a longo prazo, como a produção de energias renováveis, carnes vegetais e de laboratório, agricultura biológica e regenerativa com produtos vegetais, economia circular, ferrovia, mobilidade suave, investigação científica e também cultura”, acrescenta a Moção.

Abolição da caça

A Moção de Inês de Sousa Real destaca ainda que “a caça tem tido a total cobertura do Estado na dizimação de várias espécies: mataram-se lobos e agora matam-se javalis, porque faltam os lobos para controlo populacional; o coelho era um dos animais mais abundantes da Península Ibérica e hoje é raro e está em perigo de extinção; os rios deixaram de ser livres, barragens obsoletas permanecem numa paisagem cada vez mais degradada”.

E não esquece os pombos, que “são hoje sujeitos a políticas incompreensíveis de captura e abate, denominados «pragas» ou utilizados em actividades manifestamente lesivas como a caça ou o tiro ao voo. Para o PAN urge mudar a forma como estes animais são tratados, o que parte do reconhecimento de que os pombos são igualmente animais urbanos”.

Para a nova líder do PAN, em 2017 os animais foram dotados de um estatuto jurídico próprio, ficando separados do conceito jurídico de “coisas”. “Este passo civilizacional trouxe uma nova e aclamada visão sobre as outras espécies, já sublinhada pela alteração ao código penal que veio criminalizar práticas como os maus tratos ou o abandono, ainda que não acompanhada nem pela legislação complementar, nem pela abolição de práticas anacrónicas que persistem, como as touradas, as corridas de cães, a caça ou pesca desportiva, entre muitos outros exemplos”.

Fim da venda de animais vivos em mercados

Inês de Sousa Real não deixou de lado os mercados, onde muitos dos pequenos produtores escoam os seus produtos, realçando que “o PAN está comprometido com o fim dos mercados que vendem animais vivos. A pandemia é o reflexo desta relação de desequilíbrio, um vírus zoonótico, transmitido de animais para humanos por acção deste último. Cerca de 3 em cada 4 novas doenças infecciosas são zoonóticas. A covid-19 deve servir para fazer eco dos gritos da comunidade científica e das/os activistas em relação aos riscos da exploração animal”.

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