Fonte do artigo: Agricultura e Mar
As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de Julho, apontam para um aumento da produtividade dos pomares. Na pêra é esperada uma produtividade muito superior à alcançada na campanha anterior, em cerca de 40%.
Explicam os técnicos do INE que se mantém o adiantamento de seis a dez dias no desenvolvimento vegetativo da variedade Rocha, em relação ao ano passado. A colheita de pêra, com início a 5 de Agosto, entrou em plena actividade a partir de 9 de Agosto.
Os pomares apresentam um bom estado geral e uma boa mostra de frutos. Tal como na maçã, o grau Brix das pêras é inferior ao normal, comprometendo os parâmetros organoléticos da produção.
Maçã
Acrescentam as previsões agrícolas do INE que, na maçã, o ciclo vegetativo decorreu com normalidade nas principais regiões produtoras. Em Trás-os-Montes, a floração e vingamento dos frutos foi abundante, tendo havido a necessidade de, após a monda química e a normal queda fisiológica de frutos de Junho, realizar em alguns pomares uma monda manual selectiva, com o objectivo de reduzir a carga e aumentar o calibre dos frutos. Nesta região, a produtividade deverá ser cerca de 25% superior à da campanha anterior.
No Oeste mantém-se o adiantamento fenológico relativamente a um ano normal de cerca de cinco dias (nos grupos Fuji e Granny) e dez dias (nos grupos Gala, Golden e Reinetas), com rendimentos unitários próximos dos alcançados em 2020. Em termos globais, o INE estima um aumento de 15% na produtividade, que deverá ultrapassar as 23 toneladas por hectare. De referir que, atendendo às temperaturas amenas (ambas as regiões) e à baixa radiação (no Oeste) que se têm verificado, os frutos estão a apresentar um grau Brix inferior ao normal, com impacto na qualidade alcançada.
Salientam os técnicos do INE que as modernizações estruturais (sistemas de rega, maiores densidades e conduções mais eficientes) e práticas (aconselhamento técnico, adubações e tratamentos adequados e generalização da utilização de bioactivadores e estimuladores da floração/vingamento dos frutos) dos pomares de pomóideas contribuíram para um aumento da produtividade média, que em três décadas mais que duplicou.
No entanto, não conseguiram eliminar o fenómeno de safra/contrassafra (alternância anual de produtividades), mais evidente na pêra, em parte devido à grande concentração de pomares numa única região (84% instalados no Ribatejo e Oeste).