Fonte: Agricultura e Mar
O número de explorações certificadas para a produção em modo biológico triplicou, desde 2009, tendo sido recenseadas cerca de 3,9 mil explorações certificadas para a produção em modo biológico. Estas são algumas das conclusões dos resultados preliminares do Recenseamento Agrícola 2019. Os resultados definitivos serão publicados até 31 de Março de 2021.
Os dados mostram também um aumento considerável de sociedades agrícolas, o que “revela uma forte dinâmica do sector”, bem como da superfície agrícola utilizada (SAU) em +7%, passando a ocupar 3,9 milhões de hectares (43% da superfície territorial) contrariando, assim, a tendência de descida verificada nas duas últimas décadas. Destaque, também, para o aumento da instalação de sistemas de rega que aumentaram a superfície potencialmente irrigável em 16%.
O Ministério da Agricultura “regista com satisfação” a publicação dos resultados preliminares do Recenseamento Agrícola 2019, que resulta de “um esforço colectivo, dos técnicos do Instituto Nacional de Estatística e em especial dos agricultores e dos recenseadores, que num contexto extremamente delicado de pandemia, alcançaram os objectivos traçados dotando, hoje, o País de dados agrícolas actualizados que permitem a avaliação, alteração, preparação e implementação de políticas públicas, essenciais para garantir produções em quantidade e qualidade que promovam justo rendimento aos produtores e qualidade aos consumidores”.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, destaca que “os resultados agora conhecidos confirmam como essencial a estratégia que desenvolvemos em 2020 com a construção, participada e partilhada com todo o sector, da Agenda de Inovação para a Agricultura 20 | 30 – “Terra Futura” que identificou e concretizou com medidas de acção política e metas, cujos dados agora conhecidos confirmam o caminho que temos de seguir”.
“Terra Futura”
Com a aprovação da “Terra Futura” em Conselho de Ministros, Portugal, e em especial, a agricultura portuguesa, “têm ao seu dispor um instrumento estratégico” que permitirá alcançar os objectivos nacionais e internacionais da dupla transição, digital e energética, da utilização mais eficiente dos recursos, da preservação da biodiversidade, da garantia de qualidade dos bens alimentares, e do justo rendimento dos produtores, nesta transição para uma agricultura mais competitiva, inovadora e sustentável.
Maria do Céu Antunes realçou “a necessidade de implementar políticas públicas que contrariem as tendências de abandono da actividade nas regiões mais fragilizadas, nomeadamente os pequenos produtores e invertam o envelhecimento destas populações. Por exemplo, vamos apostar na revitalização do tecido socioeconómico dos territórios rurais, promovendo o acesso ao conhecimento, ao financiamento, aos mercados, à diversificação das actividades económicas à criação de territórios rurais mais inovadores, através do envolvimento dos vários actores locais, dos recursos endógenos, do conhecimento, num processo participado e igualitário, adaptado à realidade local. Esta é apenas uma das Iniciativas da “Terra Futura”, que tem o propósito de fazer crescer a agricultura, inovando-a e entregando-a à próxima geração”.