Artigo adaptado da Circular nº 19 de 2020, da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho.
Esta circular, bem como edições anteriores, pode também ser consultada e descarregada em
1 – http://portal.drapnorte.gov.pt/servico/fitossanidade/avisos-agricolas
Laranjeira, Tangerineira, Limoeiro, Limeira, Toranjeira, Cumquate e cidrão
GOMOSE BASAL OU PARASITÁRIA
Phytophthora sp.
Como medidas preventivas nesta época do ano, recomenda-se:
Afastar as águas superficiais de escorrimento e de rega do colo do tronco das árvores (não abrir caldeiras e desfazer as que existam; abrir regos na entrelinha, fazendo a água de rega e de escorrimento circular apenas por aí).
Manter uma boa drenagem do solo.
Proceder à limpeza das ervas nos pomares, sobretudo junto do colo das árvores, reduzindo a concentração de humidade.
Cortar os ramos inferiores da copa – por ser nestes que a doença incide mais facilmente –pelo menos a 50 cm do chão.
Desinfetar as lesões, de poda ou acidentais, nos ramos e tronco.
As árvores muito enfraquecidas devem ser arrancadas. Se mais de metade da copa estiver ainda sã, podem ser adotadas algumas medidas paliativas para adiar a morte da árvore
Fazer uma limpeza profunda das feridas, retirando todo o tecido morto, e de seguida aplicar um fungicida, por pulverização ou pincelagem e um isolante (tipo “isolcoat” ou cera de abelhas). Neste caso, deve ser feita simultaneamente uma poda ligeira.
Árvores arrancadas, ramos cortados e outros restos destas operações, devem ser queimados,
assim que for legalmente autorizado. Se a lenha for para consumo doméstico, deve ser guardada ao abrigo da chuva, para não disseminar os fungos que causam esta grave doença.
Recomendam-se também tratamentos paliativos, antes ou pelo menos no início, das
chuvas do outono, à base de cobre (calda bordalesa), atingindo bem as pernadas e o tronco
das árvores até à zona do colo. Este tratamento também tem ação contra o míldio, ou aguado,
causado por fungos do género Phytophthora.
MÍLDIO OU AGUADO
Phytophthora hibernalis; Phytophthora sp.
Os procedimentos recomendados para o combate à gomose, têm também efeitos positivos na prevenção e combate ao míldio. Agora, antes das maiores chuvas do outono, deve aplicar um tratamento preventivo desta doença à base de cobre (calda bordalesa),atingindo muito bem toda a copa, ramos, folhagem e frutos.
Este tratamento deve ser repetido durante o outono/inverno, se ocorrerem períodos de chuva prolongados. Deve ter o cuidado de atingir toda a copa da árvore com a calda. Mais tarde, na primavera, podem ser utilizados fungicidas à base de fosetil-alumínio.
MINEIRA DAS FOLHAS DOS REBENTOS DOS CITRINOS
Phyllocnistis citrella
A praga desenvolve-se nos rebentos novos das árvores, nas folhas mais tenras das pontas.
Os ramos ladrões devem ser eliminados sistematicamente, pois contribuem para manutenção e aumento das populações de P.citrella.
A mineira pode causar maiores perdas em viveiros, plantações novas, até 4 a 5 anos, e em
árvores reenxertadas.
Um dos dois períodos de rebentação mais importantes dos citrinos, sobretudo de laranjeiras e tangerineiras, alonga-se até fins de outubro em algumas variedades. Um ataque grave de P. citrella nesta altura pode comprometer a produção do próximo ano.
Siga as regras da Proteção Integrada:
(1)Proceda à estimativa do risco
(2)Observe 100 rebentos, ao acaso, 2 por árvore X 50 árvores, para determinar o nível económico de ataque.
(3) No caso de não ter 50 árvores, procure adaptar o método ao seu caso.
O nível económico de ataque recomendado para a mineira dos rebentos dos citrinos em árvores em produção, é o seguinte:
árvores jovens e reenxertadas – 10 a 15 % dos rebentos com larvas jovens (L1 e L2);
árvores adultas (nas rebentações importantes) – 20 a 55 % dos rebentos com larvas
jovens (L1 e L2).
viveiros –presença de sintomas.
Deve fazer um tratamento, se o resultado da estimativa do risco o justificar, apenas em viveiros e em árvores em produção com ataques graves de P.citrella. Direcione a calda inseticida para os rebentos jovens com sintomas recentes.
Os produtos a utilizar podem ser acetamiprida (EPIK, EPIK SG, EPIK SL, GAZELLE,
GAZELLE SG, GAZELLE SL, STARPRIDE, CARNADINE), abamectina (AGRIMEC, APACHE EC,
ASTERIA, BERMECTINE, KRAFT ADVANCE, MARISOL, VERTIMEC 018 EC, ZORO, BOREAL, INVERT EC, VERTIMEC PRO, LAOTTA, ACAROX, VAMECTIM, CALEX EVO, RONDA, TIVOLI); azadiractina (ALIGN,), emamectina-benzoato (AFFIRM); metoxifenozida(PRODIGY); tebufenozida (MIMIC); milbectina(KOROBITT).
No Modo de Produção Biológico, podem ser utilizados inseticidas à base de azadiractina (ALIGN,FORTUNE AZA) contra a mineira das folhas dos rebentos.
MOSCA BRANCA DOS CITRINOS
Aleurothrixus floccosus
Ataques de mosca branca prejudicam sobretudo o crescimento das árvores novas.
Os parasitoides e predadores controlam satisfatoriamente populações baixas de mosca
branca. No entanto, se observar mais de 20% de folhas com colónias desta praga, pode aplicar um óleo parafínico (antes chamado óleo de verão).
Trate apenas as árvores afetadas, de modo a poupar o mais possível os inimigos naturais da
mosca branca.