Sexta-feira, Março 29, 2024

Saiba como tratar algumas doenças da vinha

Artigo adaptado da Circular nº 03 de 2021, da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho

Esta circular, bem como edições anteriores, pode também ser consultada e descarregada em

1 – http://portal.drapnorte.gov.pt/servico/fitossanidade/avisos-agricolas

2 –  http://snaa.dgav.pt/

3 – https://drapnsiapd.utad.pt/sia/Circulares


MÍLDIO DA VIDEIRA

Plasmopara viticola
A elevada precipitação, ocorrida na Região dos Vinhos Verdes durante o inverno e a quantidade de água existente no solo, garantiram a sobrevivência do inóculo do fungo nas melhores condições, o que pode eventualmente vir a estar na origem de um novo ano de míldio.

ESCORIOSE AMERICANA

Phomopsis viticola
O estado predominante da Vinha na Região é, de momento, o gomo de inverno – A (BBCH 00), com aparecimento dos primeiros gomos de algodão – B (BBCH 05).
Em alguns locais, decorre ainda a poda, atrasada pelas prolongadas chuvas do inverno.
Excecionalmente, poder-se-ão observar já as primeiras pontas verdes – C (BBCH 07-09).
Invernos com chuvas prolongadas e abundantes, criam condições muito favoráveis ao desenvolvimento da escoriose na primavera seguinte.

No entanto, para que os senhores viticultores possam ir preparando com antecedência esta intervenção, divulgamos já as orientações necessárias.
Nas vinhas e parcelas mais afetadas, recomenda-se a realização precoce de um ou dois tratamentos, optando por uma das duas seguintes modalidades  um único tratamento, quando a vinha apresentar 30 a 40% dos gomos no estado fenológico D (saída das folhas) (BBCH 10), um fungicida à base de azoxistrobina ou fungicidas mistos com folpete+fosetil-alumínio, azoxistrobina+folpete, metirame+piraclostrobina ou ditianão+fosfanatos de potássio.

dois tratamentos – o primeiro quando a maioria das videiras estiver no estado fenológico D (saída das folhas) e o segundo, quando as videiras apresentarem 30 a 40% dos gomos no estado fenológico E (folhas livres) (BBCH 11 – 14).

Em cada um dos tratamentos da segunda modalidade, deve utilizar um fungicida simples à base de enxofre, folpete, mancozebe ou metirame ou um misto, à base metirame+piraclostrobina ou ditianão+fosfanatos de potássio.

Todos os fungicidas homologados para estes tratamentos estão enumerados no Quadro 1 (ver ficheiro abaixo- Circular -03-2021-EAEDM-1).

Nos tratamentos desta modalidade, deve aplicar fungicidas de famílias químicas diferentes em cada um deles e respeitar o limite anual de aplicações recomendado (ler o rótulo ou o caderno técnico do produto). Observe regularmente o desenvolvimento da vinha e de cada casta e adapte o tratamento às condições recomendadas. Em vinhas com poucos sintomas, o tratamento destina-se a prevenir o alastramento das infeções.

ESCORIOSE EUROPEIA, BOTRIOSFERIOSE ou BLACK DEAD ARM (BDA)

Botryosphaeria spp.
Faça um único tratamento quando a Vinha apresentar a maioria dos gomos nos estados fenológicos C (BBCH 07-09) e D (BBCH 11-12), aplicando um fungicida à base de cobre (óxido cuproso) ou de difenoconazol (Mavita 250 EC, Score 250 EC, Zanol).
Este tratamento só deve ser efetuado nas vinhas ou parcelas onde se tenham observado e confirmado sintomas da doença.

No combate à botriosferiose (BDA) em vinhas no Modo de Produção Biológico, são autorizados produtos à base de Trichoderma atroviride (Esquive WP), para proteção dos cortes de poda, por pulverização ou pincelagem.

TRAÇA-DA-UVA

Lobesia botrana

CONFUSÃO SEXUAL

Nas vinhas onde se quiser organizar o combate à traça por meio da confusão sexual, devem colocar-se agora, o mais breve possível, os difusores de feromona. A colocação dos difusores mais tarde leva ao insucesso do método.
Apesar de a Vinha se encontrar no início muito precoce de rebentação, a ação dos difusores é eficaz sobre os primeiros adultos de traça eclodidos após hibernação.

Colocar os difusores cedo, num mínimo de 500/ hectare, uniformemente distribuídos, com reforço nas bordaduras da vinha, é uma das garantias do êxito deste método de luta biotécnica.
Nas parcelas em confusão sexual, deve também colocar, ao mesmo tempo, as armadilhas de monitorização, para controlo da eficácia do método (0 (zero) capturas na armadilha durante o ano = eficácia total)
Nas vinhas que não estejam em confusão sexual, as armadilhas para monitorização do voo da traça devem ser colocadas até ao fim do mês.

acientistaagricola
acientistaagricolahttp://acientistaagricola.pt
Olá, sou a Rosa. Nasci e cresci em meio rural e desde cedo percebi o que queria fazer para o resto da vida. Mais tarde, quando entrei no ensino superior tornei-me Técnica Superior do Ambiente e Agrónoma, áreas que sempre me fascinaram. Este blog é mais do que um projecto pessoal...é  o culminar de duas paixões: a escrita e as ciências ambientais e agrárias. Este é um local de encontro entre todos aqueles que partilham destas mesmas paixões. 

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