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Artigo de opinião: “Espelho meu, existe alguém mais JANOTA na agricultura que eu?”

Se o título deste artigo de opinião lhe chamou a atenção e resolveu clicar no link para o ler, PARABÉNS – é um verdadeiro JANOTA! Ou se não é, aposto que depois de ler este artigo vai tornar-se um.

“Mas o que é isso de ser JANOTA? E que raio tem a ver ser janota com a agricultura?” – deve estar a questionar-se.

Aposto que até já começou a pensar que eu bati com a cabeça em algum lugar pois não tenho habituado os seguidores d’A Cientista Agrícola a este tipo de conteúdos e abordagens.

Para todos os que estão confusos, passo a explicar o porquê deste artigo.

(…)

Quem me segue há mais tempo já deve ter lido ou ter-me ouvido a falar que sou uma curiosa nata e seguidora atenta de tudo o que se vai fazendo no setor agrícola.

A propósito disso, estava a fazer “scroll” no Instagram há uns dias e deparei-me com uma publicação de uma empresa que sigo, questionando os seus seguidores sobre “O que será um JANOTA?”.

– “Boa pergunta”, pensei eu embora também confusa. Em segundos, lembrei-me que essa era uma das expressões mais usadas pela minha avó quando eu saía de casa mais arranjada (…)

– “Estás uma janota… onde vais assim?” ou “Há festa em algum lado?”

Como apenas era esse o único significado que associava à palavra JANOTA, cada vez mais me intrigava a publicação em questão naquela rede social.

Pesquisei ainda o significado de janota num dicionário online e no qual obtive o seguinte resultado:

“ja·no·ta |ó|

adjectivo de dois géneros e nome de dois géneros

1. Que ou aquele que se veste com demasiado apuro ou enfeites. = CASQUILHO, PERALTA, PERALVILHO

adjectivo de dois géneros

2. Que tem elegância. = ELEGANTE, GARRIDO

Palavras relacionadas: frajola, peralta, fiota, peralvilho, janotamente, estarola, janotar.

“janota”, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/janota [consultado em 03-03-2021].”

Após ler esta descrição, constatei que era idêntica à definição de JANOTA que tinha na minha cabeça.

Percebi ainda que a estratégia de comunicação e marketing daquela empresa agrícola fazia todo o sentido e era muito mais rebuscada do que aparentemente parecia.

Dei por mim a pensar no quanto me sinto janota quando recebo comunicados de imprensa de agências de comunicação divulgando prémios e distinções recebidas por empresas agrícolas nacionais. Nesses momentos, sinto-me ainda mais JANOTA não só pela sua partilha n’A Cientista Agrícola, mas também pelo orgulho que sinto na agricultura e no meu país.

O orgulho em ser agricultor, empresário agrícola, técnico rural vai muito além do óbvio e obviamente que faz toda a diferença!

Basta pensar no quanto os conceitos de colaboração, cooperação e associação podem fazer toda a diferença no sector agrícola nacional.

Já pensaram o quanto todos ficaríamos a ganhar se nos uníssemos em torno desta causa? Temos de deixar de pensar na agricultura como regional e esquecermos, por instantes, as características que diferenciam as várias regiões agrárias do nosso país.

Num momento em que se fala de revolucionar a agricultura com novos inputs tecnológicos, é imprescindível que todos os profissionais agrícolas se unam para mostrar ao resto do mundo que a agricultura nacional está de boa saúde e recomenda-se! É importante que nos deixemos de individualismos e que funcionemos em uníssono. A competitividade externa que enfrentamos na comercialização dos produtos agrícolas deve preocupar-nos e ser alvo de uma reflexão mais profunda. Será que faz sentido promover os produtos agrícolas estrangeiros (a preços muitas vezes ridiculamente baixos) quando os nossos produtos agrícolas nacionais são na maior parte dos casos de qualidade muitíssimo superior?

Fala-se que o setor agrícola está cada vez mais modernizado, mas, se repararmos com atenção, esta inovação resume-se praticamente a melhorias de performance e tecnologia em tratores e nalgumas máquinas agrícolas.

Será que é apenas esse o nosso objetivo quando falamos na informatização da tecnologia agrícola? Ou será a Agricultura 4.0 ainda uma miragem e na realidade apenas para grandes explorações agrícolas?

O uso da tecnologia na agricultura não pode nem deve ser encarado como um luxo a que muito poucos tem acesso.  Não podemos continuar a dizer que a agricultura está cada vez mais modernizada e continuar a associar a imagem de um agricultor a um senhor de galochas e enxada na mão. O agricultor e agricultora de hoje são muito mais elegantes, muito mais sofisticados que isso! Muito mais janotas!

É óbvio que são instrumentos de trabalho, mas um empresário agrícola não se resume apenas a isto- existe ainda muito mais a explorar.

E é por essa razão que escrevo esse artigo, porque a agricultura precisa de todos os JANOTAS que sabem que para nos tornamos competitivos precisamos evoluir, juntos.

E desengane-se se pensa que para se tornar JANOTA precisa de vestir a sua melhor roupa…

Ser JANOTA é um estado de espírito! Está pronto para “embarcar” nesta revolução tecnológica agrícola? Só depende de si tornar-se um Jovem Agricultor Nacional Orgulhosamente com Tecnologia Agrícola 😊

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