Fonte: Agricultura e Mar
O grupo operacional (GO) UnderCork – Gestão Integrada da Cobrilha da Cortiça, foi constituído em 2016 para o desenvolvimento de métodos de detecção, diagnóstico, monitorização e controlo desta praga. Entre os vários documentos produzidos por este um projecto, liderado pela UNAC – União da Floresta Mediterrânica, encontra-se o “Guia de Identificação da Cobrilha da Cortiça”.
Este documento constitui uma ferramenta de diagnóstico da presença da cobrilha da cortiça no sobreiro, com base nos trabalhos de monitorização realizados entre 2018 e 2022.
Tem como público-alvo os proprietários, técnicos, operadores florestais e demais interessados, que podem ali consultar indicações e fotografias para a correcta identificação da cobrilha da cortiça, corrigindo-se também algumas informações comummente referidas nos montados e na extracção da cortiça e incorrectamente associadas à cobrilha.
O insecto conhecido como cobrilha da cortiça corresponde à espécie Coroebus undatus Fabricius (Coleoptera: Buprestidae), e apesar de não causar a morte das árvores, é considerado como uma das principais pragas da casca das árvores do género Quercus sobretudo nos países mediterrâneos da Europa meridional e ocidental. No Norte de África a sua presença necessita de ser confirmada, apesar de algumas referências apontarem para a sua ocorrência, refere o Guia.
E acrescenta que “a dimensão dos seus ataques faz com que seja o principal causador de desvalorização qualitativa da cortiça e de depreciação do valor de mercado. Esta questão é particularmente relevante porque a qualidade da cortiça constitui um factor determinante na rentabilidade das explorações suberícolas, assim como em toda a cadeia de valor”.
Por outro lado, “apesar da intensidade de ataque da cobrilha, avaliada anualmente nas amostragens de qualidade da cortiça, não ser constante ao longo dos anos, ou seja, há uma grande variabilidade nos níveis de ataque em diferentes anos, este agente é sempre o defeito mais frequentemente identificado nas amostras de cortiça”.
Segundo os autores do Guia, em Portugal, esta espécie ocorre por todo o País, mas com maior incidência a Sul do Rio Tejo, enquanto em Espanha encontra-se principalmente na Catalunha e na Andaluzia, acompanhando a principal área de distribuição do sobreiro em ambos os países.
Perdas estimadas de 9 milhões €/ano
Os danos causados pela larva, ao desenvolver extensas galerias na camada geradora da cortiça, prejudicam a qualidade da cortiça, originando perdas económicas que afectam o sector industrial, com destaque para a produção de rolhas.
Em Portugal, estima-se que os danos directos causados pela cobrilha da cortiça afectem até 26–43% da produção, resultando em perdas estimadas de 9 milhões €/ano.
Pode ler o “Guia de Identificação da Cobrilha da Cortiça” aqui.
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