Autor do artigo: Agricultura e Mar
O secretário-geral da Confagri — Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas, Francisco Silva, criticou ontem, 31 de Janeiro, em Esposende, os “iluminados” responsáveis pela “campanha difamatória” contra a produção pecuária. E garante que se trata de um “fundamentalismo inaceitável”.
Concretamente, Francisco Silva referia-se aos movimentos vegans e às propostas, designadamente do PAN — Partido das Pessoas, dos Animais e da Natureza, de “aumento de impostos para produção de animais”. Para o secretário-geral da Confagri, são “modernices” que assumem a forma de “uma campanha contra a produção pecuária” e que são “absolutamente inaceitáveis”.
“Fazer ver a realidade das coisas”
Por isso, instou o sector agrícola e pecuário a “fazer ver a realidade das coisas”, mostrando as qualidades e as virtualidades da sua produção.
Em declarações à Lusa, à margem do Encontro Nacional dos Técnicos da Confagri — Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal, Francisco Silva salientou a necessidade de “combater frontalmente” aquela campanha, em nome da defesa da economia nacional.
“Há uns iluminados que criam umas ideias com intenção de assustar as pessoas”. Na Confagri e estruturas associadas “não podemos aceitar isso e temos de rejeitar liminarmente a campanha difamatória que há contra as nossas organizações, contra a produção de carne e contra a produção de leite”, disse aquele responsável.
“Gente que parece que pretende destruir a economia portuguesa”
“É um combate que temos pela frente, contra gente que parece que pretende destruir a economia portuguesa mais do que outra coisa qualquer e ser simpática em alguns meios”, disse, aludindo a “iluminados que, de um momento para o outro, querem alterar” o modo de alimentação “que vem de gerações”.
Francisco Silva apontou a questão climática, designadamente a falta de água, como o grande desafio que a agricultura portuguesa tem de enfrentar.
“O nosso País, ao longo de muitos anos, tem gerido muito mal o recurso água, que cada vez é mais fundamental na agricultura. O País tem de ter uma estratégia implacável em relação à captação e gestão da água, se não vamos ter sérios problemas, que já temos e que se vão agudizar no futuro”, alertou.