Lisboa, 11 de fevereiro de 2021 – Entre janeiro e dezembro de 2020, a fileira das frutas, legumes, plantas ornamentais e flores cresceu 4,4% em valor face ao mesmo período de 2019, atingindo 1.683 milhões de euros, de acordo com os dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Num ano particularmente difícil para a economia nacional, a fileira observou um desempenho positivo e dinâmico, em contraciclo com a generalidade dos setores da economia nacional, que registaram quebras significativas nas suas vendas ao exterior.
Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh, a associação para a promoção das Frutas, Legumes e Flores de Portugal, destaca que “estes são números muito positivos para este que é um setor campeão da economia nacional, mais considerando o contexto de pandemia que o mundo atravessa. O investimento que tem sido feito na fileira e a aposta dos produtores em modernizar todo o sistema de produção têm possibilitado crescer e melhorar sistematicamente, ao longo dos últimos dez anos, o que faz com a produção de origem portuguesa seja hoje um fornecedor de excelência, tanto para o mercado europeu como para a América e Ásia. A agricultura precisa de acelerar a sua transição para o digital para fazer face ao contexto pandémico, que irá persistir globalmente ao longo de 2021, e continuar a percorrer o caminho da diversificação de mercados e de conquista de outras geografias.” Adicionalmente, afirma o responsável pela associação, “para assegurarmos competitividade futura, precisamos de continuar a garantir investimento em inovação e tecnologia em toda a cadeia de valor, que deve ser acompanhado por investimento público estratégico em infraestruturas, designadamente os respeitantes à gestão eficiente da água, um recurso imprescindível para a agricultura e que requer uma utilização racional e sustentável.”
Os dados mais recentes do INE revelam um desempenho muito interessante, mesmo no decorrer da pandemia, com a fileira das frutas, legumes e flores a manter a dinâmica de crescimento que tem marcado a última década: desde 2010, as exportações cresceram mais de 115% em valor (passando de 780 milhões para os atuais 1.683 milhões de euros). Em 2020, além do incremento em valor das exportações, o preço por quilo também teve um desempenho positivo, subindo 5,3% face ao ano anterior, não obstante um ligeiro decréscimo das exportações em volume (-0,9%), para 1.589 mil toneladas.