Olá! Espero que se encontrem bem! Hoje venho falar-vos sobre a taxa de sobrevivência das plantas florestais e o que podemos fazer para garantir que cumprimos este parâmetro ao máximo.
Sabem, por exemplo, quais as vantagens e desvantagens inerentes à plantação e à sementeira de plantas florestais? Quais os prós e os contras em cada modalidade, especialmente em espécies autóctones? O que podemos fazer para garantir uma maior sobrevivência e vitalidade das jovens plantas florestais será abordado neste novo artigo. Por isso, se quer aprender mais sobre quais as principais dicas que deve ter em conta para garantir o sucesso na instalação dos povoamentos florestais, este artigo pode ser uma ajuda.
Sementeira vs plantação de espécies florestais: por qual optar?
Se pretende instalar um povoamento florestal saiba que pode fazê-lo por sementeira ou por plantação, operações finais de instalação de um povoamento florestal.
Para garantir que todo o processo de instalação de um povoamento florestal seja viável e com a qualidade inerente que pretendemos, deve-se garantir alguns cuidados e técnicas que abordarei nos tópicos seguintes deste artigo.
Mais quais as diferenças entre a instalação de um povoamento florestal por sementeira ou por plantação?
Os cuidados e técnicas inerentes à sua execução adquirem uma importância fulcral na viabilização e qualidade do futuro povoamento. Na plantação são colocadas, em solo previamente preparado, plantas de torrão ou de raiz nua produzidas em viveiro, enquanto na sementeira se efetua a aplicação direta de sementes no local de instalação definitiva do povoamento.
A importância de um bom planeamento florestal
Antes de abordar este ponto sobre a sementeira vs plantação, quero reforçar neste artigo a ideia fundamental de que tanto para uma sementeira como para uma plantação de um povoamento florestal é imprescindível que faça um completo planeamento de todas as operações inerentes a estes trabalhos florestais.
Em primeiro lugar, é importante que tenha em consideração o número de plantas ou sementes que precisa para o espaço florestal que tem disponível. Outro conselho que dou é que tenha em atenção o transporte e acondicionamento destas plantas, assim como o local onde estas são depositadas antes de serem utilizadas. Pense também na mão-de-obra que necessita para este trabalho, assim como o equipamento a usar, ambos devem ser “calculados” antes de iniciar a plantação/sementeira.
Caso pretenda fazer retanchas, substituição de plantas que não sobreviveram, deve avaliar a necessidade de realizar esta operação, assim como escolher qual o período de execução desta tarefa.
Sementeira de espécies florestais: conheça as vantagens e desvantagens deste método
Começo por abordar a sementeira de espécies florestais que pode ser efetuada na totalidade, ou se pretender em apenas parte do terreno, através de manchas florestais, linhas, faixas ou locais pontuais. Normalmente, recorre-se à sementeira quando se verificam condições edafo-climáticas tais como temperatura e humidade favoráveis à germinação das sementes e desenvolvimento das plântulas e solos de textura ligeira ou média.
Ainda que as condições anteriormente referidas se verifiquem, deve ainda ter em consideração que o recurso à sementeira de espécies florestais é vantajoso quando a quantidade de semente disponível, que deve ter boa qualidade, for abundante e tiver uma capacidade germinativa alta. Tenha em atenção que deve ser praticamente nula a possibilidade de existência de danos provocados pela fauna mais bravia. Há quem opte pela sementeira de espécies florestais de forma a reduzir os riscos de traumatismo das raízes e da crise de transplantação, passíveis de acontecer no método de plantação. A sementeira é também utilizada numa perspetiva de redução dos custos de instalação do povoamento que, no caso da plantação são maiores.
Aconselho sempre que possível a adquirir sementes certificadas de espécies florestais, de forma a garantir uma maior qualidade e sobrevivência dos povoamentos florestais instalados.
Existem duas épocas de sementeira apropriadas para as espécies florestais: na Primavera e no Outono.
A deficiência hídrica do primeiro Verão após a plantação/sementeira e a pouca resistência das plantas a condições recorrentes de secura podem causar grande mortalidade nos jovens povoamentos de sobreiros.
Semeia-se na Primavera especialmente em zonas com climas onde as geadas são usuais e especialmente usando sementes de germinação rápida, para garantir que as plântulas estejam bem desenvolvidas na estação mais quente e seca do ano.
Pode também fazer-se a sementeira no Outono de praticamente todas as espécies florestais, se o clima for mediterrânico, ou caso as sementes das espécies florestais que deseja semear necessitem de um tratamento de frio e humidade para garantir a germinação.
Para executar a sementeira deve ter em conta que a profundidade utilizada para colocação da semente depende da dimensão que a mesma possuí. Normalmente aconselha-se que a profundidade da sementeira utilizada seja até duas vezes superior ao tamanho que a semente possuí.
Também a modalidade de sementeira que vai escolher – a lanço, em linhas, localizada, etc- deve ser adequada às características e condições do espaço escolhido, tendo em vista uma otimização de todo o processo e tarefas envolvidas na sementeira.
A modalidade escolhida será em função das condições concretas do local, mas sempre com a preocupação de economizar semente e facilitar as operações culturais posteriores.
Se possível, garanta que as linhas de sementeira são orientadas na direção nascente-poente para evitar o excesso de radiação solar sobre as mesmas. Também estas devem ser perpendiculares à direção dominante do vento, de forma a aumentar a taxa de sobrevivência das sementes.
Quando se deve optar pela plantação de espécies florestais?
Normalmente, opta-se pela plantação de espécies florestais quando, por exemplo, os solos apresentam uma textura pesada ou caso as condições climáticas sejam rigorosas e extremas, como a ocorrência frequente de geadas ou seca.
Na plantação de espécies florestais deve-se utilizar aquelas que não são muito sensíveis à transplantação, pois dessa forma a taxa de sobrevivência destas é maior.
Deve também obrigatoriamente rejeitar as plantas florestais que apresentem problemas como sintomas de pragas ou doenças, indícios de aquecimento ou de fermentação ou vestígios de feridas não cicatrizadas que refletem a ausência de equilíbrio entre a parte aérea e as raízes.
Pode usar para a plantação dois tipos de plantas: plantas de raiz nua e plantas de torrão. Nas plantas de raiz nua, tal como o próprio nome indica, não apresentam terra a envolver o sistema radicular e, portanto, deve ter a máxima atenção de forma a garantir que este não se encontra danificado.
É importante reter que as plantas de raiz nua são normalmente utilizadas em situações favoráveis de temperatura e humidade e são instaladas em períodos de plantação mais pequenos, pois caracterizam-se por serem mais sensíveis às crises de transplantação.
Já as plantas de torrão, são produzidas em tabuleiros e o seu sistema radicular é envolvido por substrato, contrariamente ao que acontece com as plantas de raiz nua.
Os períodos de plantação das plantas de torrão são mais extensos pois, devido à presença do substrato em volta do sistema radicular, confere uma conservação da humidade superior em redor das raízes, tornando-as menos suscetíveis a possíveis crises de transplantação.
De ressalvar também que as plantas de torrão apresentam maiores taxas de sobrevivência, especialmente em climas mais secos e quentes, e permitem prolongar a época de plantação.
Quando fazer a plantação das espécies florestais?
A época de plantação deve ser bem pensada, pois é um dos fatores que interfere na taxa de sobrevivência destas plantas.
Na maioria dos casos, a plantação das espécies florestais deve ser realizada durante o período de repouso vegetativo.
Tendo em conta o tipo de espécies florestais considera-se que a plantação de espécies de folha caduca deve ser feita após a queda da maioria das folhas e antes de se iniciar o novo ciclo vegetativo.
Para as restantes espécies, a época de plantação deve coincidir com uma altura do ano em que a temperatura e humidade do solo necessárias à sobrevivência das plantas sejam garantidas, evitando situações climáticas extremas (normalmente o ideal é no período Outono-Inverno, de Outubro a Março).
Aquando da plantação, deve também ter em conta que a dimensão dos covachos depende do tamanho das raízes ou dos torrões. Após a plantação realizada, garanta que aconchega a terra cuidadosamente e calque bem para não permitir a formação de bolsas de ar.
Sementeira ou plantação: qual escolher?
Agora que já lhe dei a conhecer as principais considerações sobre plantação e sementeira de espécies florestais fica ao seu critério escolher qual a que melhor se adequada ao seu caso, tendo em conta as principais vantagens e desvantagens de cada método.
A importância da adubação à plantação/sementeira para maior sobrevivência das plantas
A adubação no momento da instalação de um povoamento florestal é essencial, porque permite aplicar ao solo e/ou às plântulas os nutrientes essenciais que estas necessitam, contribuindo para uma maior sobrevivência das mesmas.
Especialmente neste período de instalação verifica-se uma grande competição por elementos nutritivos entre as plantas, sendo por isso importante fornecer ao solo os nutrientes necessários para as alimentar. É como uma espécie de suplemento para bebés, que se dá quando o leite materno não é suficiente. Perdoem a analogia feminina!
Relativamente a espécies florestais autóctones, é importante salientar que ainda não existem, muitos estudos em Portugal que determinem as necessidades nutricionais para o pinheiro-bravo. Por ser uma espécie rústica e, por essa razão, bem-adaptada à maioria dos solos florestais portugueses (com teores de fertilidade baixos). No entanto, em questões de fertilização, verifica-se que para esta espécie florestal manifesta-se a prática generalizada de adubação à plantação com os macronutrientes azoto (N), fósforo (P) e potássio (K). Se optar pela sementeira, aplica-se normalmente 2 a 3 peniscos (sementes de pinheiro-bravo) por cova.
Para garantir este aporte nutricional, aconselho o fertilizante Humigel B Floresta da TecnifertiBio, tanto para sementeira como para plantação.
Este produto é composto por uma molécula de origem vegetal e por ácidos fúlvicos. O seu efeito gel permite a libertação gradual dos nutrientes e a conservação da humidade no solo. Pode ser aplicado na plantação (1) através de saquetas de 30gr em conjuntos de 6 para plantar e aplicado na sementeira (2)através desaquetas de 30gr em conjuntos de 3 para semear.
O HUmigel B Floresta da TecnifertiBio é composto por: 3% Azoto (N), 1% Azoto Orgânico (N), 1% Fósforo (P2O5), 2,5% Potássio (K2O), 30% Matéria Orgânica (MO), 19% Carbono Orgânico Total (COT) e 15% Ácidos Fúlvicos (AF).
O interessante é a sua forma inovadora de aplicação. Apresenta-se na forma de pequenas saquetas biodegradáveis, onde está contido o biofertilizante e um material inerte absorvente da água.
(1)- Aplicação Humigel B Floresta na plantação
(2)- Aplicação na Humigel B Floresta na sementeira
Veja abaixo um vídeo demostrativo sobre a aplicação deste produto:
Ainda em relação a outra espécie autóctone, o sobreiro, existem vários fatores que condicionam o sucesso do estabelecimento deste povoamento florestal e que interferem na sua sobrevivência. Alguns deles: fraca resposta das plantas à deficiência hídrica do primeiro Verão, uma elevada área foliar (poderá ser prejudicial) e pouca resistência a condições recorrentes de secura, causando uma grande mortalidade.
O sucesso das plantações de sobreiro depende de vários fatores, nomeadamente: as condições climáticas e edáficas do local, a qualidade e origem genética das plantas utilizadas e as práticas silvícolas adotadas.
Mas como reduzir a mortalidade nas plantas após o primeiro ano pós-plantação? É Possível?
Sim, utilizando técnicas que minimizem o impacte da deficiência hídrica e do excesso de radiação. Também o ensombramento pode ser uma técnica a adotar pois promove um microclima que reduz a evapotranspiração, os efeitos nefastos do excesso de luz e altas temperaturas, sendo também uma barreira protetora contra animais predadores.
Mais uma vez, a fertilização é também essencial para garantir o sucesso desta espécie florestal e aumentar a sua taxa de sobrevivência. Nesse sentido, o Humigel B Floresta da TecnifertiBio é também aqui uma boa opção, de forma a garantir aos sobreiros os nutrientes que necessitam para crescerem e se desenvolveram corretamente. A quantidade recomendada deste produto é 500 a 1000 kg/ha (500 L /ha quando aplicado por sistema de rega gota-a-gota).
Espero que tenham gostado de saber mais sobre esta temática e de conhecer este produto que recomendo para dar um “boost” de nutrientes às vossas espécies florestais.
Até ao próximo artigo 😊
*Este artigo foi patrocinado pela TecnifertiBio