Fonte: Agricultura e Mar
As exportações da indústria alimentar e das bebidas atingiram 1.997 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, um crescimento de 6,44% face a igual período de 2023, revelam os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística.
Ainda de acordo com o INE são os países da União Europeia os que mais contribuíram para as vendas do sector, ao absorverem 66% das exportações da indústria alimentar e das bebidas. Em sentido inverso estão as exportações para países extra União Europeia, que decresceram 3,58% face a igual período de 2023. A justificar esta quebra estão fatores como o contexto geopolítico e as dificuldades ao nível da cadeia logística, refere uma nota de imprensa da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares.
Com o sector a ter como meta alcançar exportações no valor de 10 mil milhões de euros num curto espaço de tempo, Jorge Henriques, presidente da FIPA, conta que “a indústria enfrenta situações complexas ao longo de toda a cadeia e os próximos tempos continuarão a ser marcados por uma elevada imprevisibilidade e muitos desafios à vida das empresas”.
Entre esses desafios o líder da FIPA destaca “a necessidade de uma verdadeira estratégia agroalimentar para Portugal, pese o facto de a indústria produzir ao nível do melhor que se faz na Europa e pelo resto do Mundo”.
A indústria alimentar e das bebidas é a indústria transformadora que mais contribui para a economia nacional, tanto em volume de negócios (€22,4 mil milhões) como em valor acrescentado bruto (€3,8 mil milhões). Primeira indústria transformadora que mais emprega gera (é responsável por mais de 112 mil postos de trabalho directos e cerca de 500 mil indirectos) assume, simultaneamente, uma grande importância no desenvolvimento do tecido empresarial – nomeadamente nas zonas do interior onde o sector situa as suas unidades industriais – e na afirmação do potencial de evolução da auto-suficiência alimentar do País, realça a mesma nota.
Recorde-se que a FIPA realizou recentemente uma ronda de reuniões com os partidos políticos com assento parlamentar e a quem manifestou as preocupações do sector. A saber: necessária adequação da política fiscal à competitividade; a necessidade de uma visão clara para a criação de uma rede de infra-estruturas sólida e competitiva; e um maior empenho no eliminar de barreiras alfandegárias em várias geografias.