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A revolução da rega gota-a-gota na cultura do arroz

Ensaio pioneiro em Benavente com rega gota-a-gota visa tornar a cultura do arroz mais rentável e sustentável e abre a porta à produção deste cereal em novas áreas agrícolas em Portugal.

O primeiro ensaio na Lezíria Ribatejana de rega gota-a-gota na cultura do arroz foi instalado no dia 19 de maio, em Samora Correia, concelho de Benavente, numa parceria tripartida entre a Magos Irrigation Systems, a Orivárzea e a Rivulis, contando com a validação científica do Instituto Superior de Agronomia.

O ensaio decorre numa área de 4 hectares, propriedade da Orivárzea, e visa testar e desenvolver métodos e técnicas de produção agronomicamente sustentáveis e pouco habituais na cultura do arroz, entre os quais, a sementeira enterrada à linha; a rega gota-a-gota (com fita T-Tape do fabricante Rivulis), e a adubação através da água de rega.

“Regar arroz com um sistema gota-a-gota revoluciona a cultura e traz enormes oportunidades para um uso mais eficiente da água num cenário de alterações climáticas, em que os anos de seca são cada vez mais frequentes”, afirma António Gastão, administrador da Magos Irrigation Systems e mentor deste projeto pioneiro em Portugal.

Para a Orivárzea, empresa que produz 15% do arroz nacional, o objetivo principal do ensaio é testar novos métodos culturais que contribuam para aumentar a rentabilidade dos produtores, reduzindo simultaneamente o impacto ambiental desta cultura cerealífera, que ocupa cerca de 30.000 hectares em Portugal.

 “A nossa expectativa é conseguir obter uma poupança da ordem dos dois dígitos no consumo de água e uma redução proporcional do consumo de energia”, adianta João Alegria, diretor de produção da Orivárzea. No sistema convencional, em canteiros regados por alagamento, a cultura do arroz consome em média 10.000 m3 a 15.000 m3/hectare/ano.

Nuno Sanches, Key Accout Manager da Rivulis, revela que “ensaios realizados pela Rivulis noutras regiões do mundo demonstraram que a rega gota-a-gota na cultura do arroz permite reduzir o consumo de água, comparativamente à rega por alagamento, mantendo uma boa produtividade da cultura”.

Esta nova forma de produzir arroz, caso se comprove viável, permitirá reduzir o número de intervenções no terreno, para aplicação de fertilizantes e herbicidas, e facilitará a operação da colheita do arroz, com as ceifeiras a operar num terreno mais seco e transitável.

Do ponto de vista dos terrenos agrícolas, é expectável a otimização do uso das zonas improdutivas, como os muros das marachas e as estradas largas, uma vez que os canteiros deixam de ser necessários no sistema de produção de arroz com rega gota-a-gota, que poderá também vir a viabilizar a cultura em terrenos fora das zonas ribeirinhas.

Atendendo à importância deste ensaio para o setor orizícola, juntam-se agora como parceiras do consórcio as empresas Lusosem, Syngenta, Timac Agro e Terrapro.

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