Fonte do artigo: Agricultura e Mar
A poda da vinha constitui uma ferramenta fundamental para regularizar e assegurar a qualidade da produção, rejuvenescer a videira, conservar o equilíbrio vegetativo, mas é também a altura ideal para serem tomadas uma série de medidas preventivas com o objectivo de erradicar focos de infecção e limitar a progressão de diversas doenças que afectam as nossas vinhas.
É por isso que a Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes recomenta “uma leitura atenta” à Circular Nº 21, da Estação de Avisos Agrícolas de Entre Douro e Minho, que alerta para várias doenças da vinha, como a síndrome da esca, flavescência dourada, doença de Petri, ou a escoriose americana.
Síndrome da Esca
Quanto à Síndrome da Esca (Phaemoniella chlamydospora, Phaeoacremonium spp., Fomitiporia mediterrânea, etc.), refere a Estação de Avisos Agrícolas de Entre Douro e Minho que deve procurar recuperar ou regenerar, pelo menos temporariamente, as videiras menos afectadas, cortando (atrasando) o tronco principal até à zona que não apresente sintomas primários no lenho.
Outra forma de regeneração das videiras, sobretudo das que estiverem menos atacadas pela esca e sejam ainda jovens, é a reenxertia. Para isso, é necessário cortar a videira abaixo do anterior ponto de enxertia. A reenxertia apenas deve ser feita, se o tronco do porta-enxerto não apresentar sintomas primários da esca.
Para maior garantia do êxito da operação, deve verificar se a casta a enxertar é compatível com o porta-enxerto já instalado. Deve fazer-se uma enxertia perfeita, procedendo no fim a um cuidadoso isolamento do ponto de enxertia, com isolcoat ou cera de abelhas.
Esta forma de regeneração de videiras atacadas pela esca, permite beneficiar de um sistema radicular já desenvolvido, garantindo, quer a sobrevivência da planta reenxertada, quer uma mais rápida reentrada em produção, realça a Circular Nº 21.
Medidas preventivas
No que diz respeito a medidas preventivas durante a poda, realça aquela Estação de Avisos que as videiras que tenham secado durante o Verão, ou que estejam muito enfraquecidas, sem possibilidade de recuperação, devem ser arrancadas antes da poda ou no seu início, para reduzir os focos de infecção dos fungos da esca durante a poda.
Por outro lado, acrescenta, a “poda deve ser moderada. Não faça cortes extensos nem podas severas, muito menos nas videiras afectadas, a não ser para as tentar reconstituir ou reenxertar. Pode com tempo seco e sereno. Pode as videiras com esca à parte”.
A Estação de Avisos Agrícolas de Entre Douro e Minho aconselha a desinfectar as feridas de poda, por pulverização ou por pincelagem, à medida que vai avançando (ao final de cada dia, por exemplo). As feridas de poda permanecem como vias de infecção pelos fungos do lenho durante um longo período de tempo. A protecção das novas feridas e das mais antigas é fundamental para limitar o desenvolvimento dos fungos da esca e de outras doenças do lenho.
Pode ler a a Circular Nº 21 da Estação de Avisos Agrícolas de Entre Douro e Minho aqui.