Artigo adaptado da Circular nº 20 de 2020, da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho.
Esta circular, bem como edições anteriores, pode também ser consultada e descarregada em
1 – http://portal.drapnorte.gov.pt/servico/fitossanidade/avisos-agricolas
Na instalação de uma vinha nova, devem ser tomadas todas as medidas conhecidas possíveis, para que esta se desenvolva nas melhores condições.
Videiras saudáveis, bem enraizadas, corretamente nutridas, podem resistir melhor e por mais tempo às diversas doenças que as atingem.
– Parcelas de vinha expostas a sul, localizadas na meia encosta, com baixa concentração de humidade, permitem um bom desenvolvimento das videiras e melhor prevenção das doenças do lenho como a esca.
–A plantação deve ser feita no outono-inverno, na fase de dormência das videiras.
–Desaconselha-se a plantação tardia, em plena primavera e por vezes em pleno verão, como é frequente. Esta prática tem levado a perdas elevadas de plantas, que morrem após a plantação, por não conseguirem sobreviver ao calor crescente dessas épocas do ano. Mesmo sendo regadas, não tiveram tempo de enraizar e de se desenvolver e adaptar às condições do terreno e do clima local.
Excecionalmente, poderão plantar-se videiras na primavera-verão, mas apenas utilizando plantas envasadas.
-Escolher cuidadosamente as videiras a plantar, material certificado, sem necroses nos troncos, com raízes bem desenvolvidas.
– Fazer uma boa preparação do solo, assegurar uma drenagem adequada, prevenindo o alagamento, melhorar a estrutura do solo, incorporando matéria orgânica e aumentando a disponibilidade de fósforo e potássio.
–Na preparação do terreno, remover o mais possível lenhas e raízes de videiras ou de árvores e arbustos que aí existiam. Não enterrar raízes, troncos ou matos verdes ou mal curtidos no solo da futura vinha, nem nas imediações, para reduzir as hipóteses de infeção por Armillaria e de colonização pela formiga-branca.
–As plantas devem ser colocadas na cova de plantação com as raízes bem espalhadas, para se desenvolverem plenamente.
–Evitar compactar o solo com a utilização de maquinaria pesada na plantação.
-Aplicar na cova, antes da plantação, produtos à base de Trichoderma asperellum + Trichoderma gamsii (DONJON), para prevenir e minimizar o desenvolvimento de podridão agárica (Armillaria mellea). A aplicação destes produtos deve ser feita, seguindo rigorosamente as instruções dos fabricantes (rótulo, ficha técnica).
Justifica-se, sobretudo, quando há já no terreno indícios da presença do fungo (Armillaria). Este produto é também utilizado na prevenção da doença de Petri.
–Durante a poda (logo após), deve aplicar, pelo menos nos cortes maiores, uma calda à base de antagonistas (Trichoderma) dos fungos que causam as doenças do lenho (VINTEC, ESQUIVE WP, DONJON).
–Na condução das novas vinhas, devem preferir-se sistemas de poda mais longa, que
expõem menos as videiras às doenças do lenho.
Muito importante é conduzir a nova videira na vertical, usando um tutor. Troncos na vertical ficam mais protegidos de ferimentos pela passagem das máquinas.
–Podar de acordo com o desenvolvimento das videiras (nem muito cedo, nem demasiado tarde no ano). Não fazer cortes rasos, para evitar a formação de cones de madeira seca no tronco principal e ramos, que permitem a entrada de fungos do lenho
e dificultam a circulação da seiva. Não deixar cargas exageradas nas vinhas jovens, de modo a não esgotar demasiado cedo o seu potencial produtivo.
–Instalar enrelvamento melhora a estrutura do solo e equilibra a disponibilidade de nutrientes para a cultura.
–Evitar excesso de vigor das plantas nos primeiros cinco anos, ajudando-as a desenvolverem uma raiz forte e profunda e o correspondente sistema vascular.
–Excesso de vigor, excesso de azoto, porta-enxertos vigorosos e mobilização contínua do solo aumentam o risco de aparecimento de doenças do lenho.
-Prevenir o stress hídrico, com rega equilibrada, nem demais nem de menos, de acordo
com as disponibilidades de água. Regar de dia ajuda a prevenir a ocorrência de doenças do lenho.