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Saiba como tratar os principais problemas da vinha

Artigo adaptado da Circular nº 12 de 2021, da Estação de Avisos de Entre Douro e Minho.

Esta circular, bem como edições anteriores, pode também ser consultada e descarregada em

1http://portal.drapnorte.gov.pt/servico/fitossanidade/avisos-agricolas

2 –  http://snaa.dgav.pt/

3https://drapnsiapd.utad.pt/sia/Circulares

MÍLDIO
Plasmopara vitícola

As últimas duas semanas caracterizaram-se por tempo incerto, com oscilações frequentes de temperatura, orvalhos, nevoeiros e neblinas matinais, a que acresceram períodos de chuva e queda de granizo em alguns locais. A % de água no solo mantém-se elevada na Região (ver aqui).
A previsão significativa para os próximos dias é de tempo seco e aumento das temperaturas. A previsão a 10 dias, aponta para o aumento das temperaturas, máximas e mínimas, mas possível regresso de períodos de chuvas ligeiras a partir de sábado, dia 26. (ver aqui)
Estas condições meteorológicas são muito favoráveis à ocorrência de sucessivas infeções secundárias de míldio.
Mantenha as vinhas protegidas. Se conseguiu controlar o míldio e tem poucos sintomas da doença na vinha, utilize um
produto de contacto, preventivo, que pode já ser à base de cobre. Se observa manchas de míldio ativo, utilize um fungicida com ação anti-esporulante.
Tenha ainda em conta todas as recomendações que fizemos na última circular para uma proteção cuidadosa e
eficaz da Vinha nestas circunstâncias.
No combate ao míldio em viticultura no Modo de Produção Biológico, são autorizados produtos à base de cobre.


MEDIDAS PREVENTIVAS

Recordamos algumas medidas culturais e preventivas do ponto de vista produtivo e fitossanitário. As diversas operações culturais em verde, além da influência direta que têm na qualidade e quantidade de produção, ajudam ao
arejamento da folhagem e dos cachos e evitam a manutenção de excessiva humidade na vinha, contrariando o
desenvolvimento das diversas doenças e pragas que a atacam (míldio, podridão, traçada-uva, cochonilhas…) e permitem uma mais completa penetração dos tratamentos.
● desponta ou despampa, não muito curta, moderada, antes do fecho do cacho e não mais tarde, para não favorecer a
formação de netas tardias, que prejudicam a qualidade da produção. A despampa realizada entre o grão de chumbo e o grão de ervilha, induz a formação de netas na ponta das varas, que irão ter folhas adultas na altura da maturação, contribuindo para o aumento dos teores de açúcares.
Estas medidas também são necessárias para ajudar a proteger os cachos do escaldão.
desfolha moderada e cuidadosa, do lado norte-nascente, conforme a orientação das linhas, retirando folhas abaixo dos cachos e mantendo as de cima, protegendo do sol direto e de eventual escaldão ou de imprevisíveis saraivadas.
Deve aproveitar para retirar as folhas amarelas ou meio-secas, que já não são úteis à videira, bem como folhas com
sintomas de míldio, oídio, Botrytis, black rot, erinose (as folhas com sintomas de doenças ou pragas, devem ser recolhidas para um saco e retiradas da vinha).

A desfolha deve ser realizada a partir de agora, para que os cachos possam adaptar-se desde cedo à radiação solar, reduzindo a sua sensibilidade ao escaldão.

OÍDIO

Erysiphe necator

Adicione à calda anti-míldio um produto contra o oídio, que pode ser enxofre ou utilize
fungicidas com ação múltipla.
No combate ao oídio em vinhas no Modo de Produção Biológico, são autorizados produtos à base de enxofre.


PODRIDÃO NEGRA (BLACK ROT)

Guignardia bidwellii

As condições meteorológicas têm sido muito favoráveis ao ataque aos cachos.

As videiras são mais sensíveis ao black rot até ao fecho do cacho, mas os ataques podem prosseguir para além do pintor.

Na proteção contra o míldio, utilize um fungicida com ação simultânea contra o black-rot.
Nas operações culturais (despampa, desfolha…), procure retirar as folhas com pústulas de black rot, que são focos de propagação da doença.
No combate ao black rot em vinhas no Modo de Produção Biológico, são autorizados produtos à base de cobre (máximo de 4 kg de cobre metal/ Ha/ ano).


PODRIDÃO CINZENTA

Botrytis cinerea

O 2º tratamento standard para prevenir esta doença, deve ser efetuado por volta do fecho do cacho.

PRINCÍPIOS DA PROTEÇÃO CONTRA A PODRIDÃO CINZENTA

A estratégia de luta contra a Botrytis é preventiva, com dois aspetos essenciais:
 Pôr em prática medidas culturais preventivas destinadas a diminuir a sensibilidade da parcela à Botrytis: reduzir o vigor das cepas, favorecer o arejamento da vegetação e limitar os ferimentos nos bagos (oídio, traça, granizo).
 A proteção química, deve ser pensada em função da sensibilidade da parcela e das castas e do risco aceitável:

Devem ser aplicadas medidas preventivas, seja qual for o risco na parcela. Em caso de risco fraco, as medidas preventivas podem ser suficientes para evitar ou minorar o ataque do fungo.
Na plantação de vinhas novas, limitar o vigor da Vinha, escolhendo porta-enxertos castas e até clones que não confiram excessivo vigor.
Numa vinha em produção, o vigor pode ser limitado por uma fertilização racional, diminuindo o azoto e pelo enrelvamento permanente (semeado ou natural). Este revestimento deve ser cortado regularmente.
Arejar bem os cachos – poda e modo de condução que assegurem uma repartição homogénea dos cachos. A supressão de gomos, na poda, as podas em verde, as desfolhas permitem a circulação do ar e a entrada da luz no
interior da vegetação da videira. Estas medidas também permitem uma penetração mais completa das caldas aplicadas nos tratamentos.
Limitar as feridas nos bagos por um controlo adequado da traça e do oídio. Evitar também as feridas nos bagos durante a realização de operações de desfolha e de podas em verde.
Os tratamentos químicos devem ser cuidadosamente realizados, atingindo muito bem os cachos, em todas as etapas de desenvolvimento da Vinha.

TRAÇA-DA-UVA

Lobesia botrana

Já foram capturadas nas armadilhas as primeiras borboletas do 2º voo.
No entanto, consideramos que é ainda cedo proceder a tratamento específico contra a traça deste voo/ geração.


ESTIMATIVA DO RISCO E NÍVEL ECONÓMICO DE ATAQUE

Apenas em vinhas mais atrasadas, como as situadas a maior altitude, poderá ainda ser útil a estimativa do risco, procurando e contando os glomérulos (ninhos) nos cachinhos em pré-floração ou floração-alimpa (H – I – J). Reveja o assunto, consultando a circular anterior aqui.
Para o 2º voo, deve proceder à estimativa do risco a partir da próxima semana.
Para isso, é necessário observar 2 cachos/videira, em 50 videiras dispersas na vinha.
Contar ovos e perfurações nos bagos com larvas.
O nível económico de ataque a adotar varia entre 1 e 10% dos cachos com ovos e/ou perfurações nos bagos.
Conforme a casta e a sua sensibilidade à Botrytis e o tamanho e compacidade dos cachos – maiores ou mais pequenos, mais ou menos densos – terá de adotar o nível mais adequado, do menor ao mais elevado, de menor a maior
tolerância.

CIGARRINHA VERDE

Empoasca vitis

Na monitorização de cigarrinha verde, temos encontrado um número reduzido de ninfas (Quadro 3).
Esta monitorização é apenas indicativa e pontual. Não dispensa a estimativa do risco em cada vinha.
De momento, consideramos que não se justifica ainda fazer qualquer tratamento inseticida contra a cigarrinha verde.

CIGARRINHA DA FLAVESCÊNCIA DOURADA

Scaphoideus titanus

Observamos na passada semana as primeiras e até agora, únicas, ninfas de cigarrinha da flavescência dourada, num estado ainda muito juvenil (L2 – L3), numa vinha situada no Alto Minho. No entanto, calculamos que a eclosão já se
possa ter iniciado pelo menos no início do mês de junho.

O Plano de Ação Nacional para o Controlo da Flavescência Dourada (aqui) prevê a realização de três tratamentos obrigatórios, contra a cigarrinha da FD, como meio de combater e limitar a expansão da flavescência dourada. O número de tratamentos varia consoante a extensão e gravidade da FD em cada freguesia ou união de freguesias.
Assim, aconselhamos a realização do 1º tratamento, obrigatório para todas as vinhas da Região, entre os dias 2 e 12 de Julho. (Quadro 4)
Aguarde as próximas informações, sobre os restantes tratamentos e sua distribuição na Região.

Na Vinha em Modo de Produção Biológico está autorizada a utilização de azadiractina e piretrinas para o combate à cigarrinha da flavescência dourada (Quadro 4).

COCHONILHA-ALGODÃO

(Pseudococcus (=Planococcus) citri)

A invasão da massa verde da folhagem pelas larvas da cochonilha começa nesta altura do ano e coincide aproximadamente com a segunda geração da traça-da-uva. Assim, onde for necessário realizar o tratamento contra a traça, podem ser usados produtos anti-traça que combatam simultaneamente a cochonilha algodão, se se verificar a sua presença.

O tratamento especificamente dirigido contra a cochonilha-algodão, deve ser feito apenas nas videiras atacadas e nas da área envolvente.

O êxito do tratamento depende muito de se atingirem as zonas da base das varas do ano anterior e da união entre talão ou vara e pâmpano.

Na Vinha em Modo de Produção Biológico está autorizada a utilização de óleos parafínicos para o combate à cochonilha-algodão.

GRANIZO (SARAIVA)

A queda de granizo é um acidente meteorológico geralmente localizado, que tem ocorrido neste final de primavera e início de verão em algumas localidades da Região.
As medidas a tomar, já referidas na Circular nº 08/2021, após este acidente meteorológico, são as seguintes:

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