Autora do artigo: Rosa Moreira, promotora do blog A Cientista Agrícola
“As pastagens e forragens constituem a base da alimentação dos ruminantes…”
A selecção adequada do uso do solo, inerentes à sua origem geológica e mesmo à sua utilização passada é muito importante, devendo-se por essa razão optar por tirar partido dos solos com características adequadas à produção de pastagens e forragens, onde as máquinas mobilizem o solo sem o danificar.
Ao proceder-se desta forma, existe um aproveitamento mais adequado dos terrenos menos produtivos e, ao mesmo tempo, melhora a fertilidade dos solos com o aumento dos dejetos dos animais que fornecem nutrientes às plantas. Depois de saber isto, ainda tem dúvidas de quais são as principais diferenças entre as pastagens e as forragens? Neste artigo vou explicar tudo.
Forragens vs Pastagens : quais as principais diferenças?
O que são forragens?
As forragens também designadas por culturas forrageiras consistem em comunidades de plantas herbáceas que são utilizadas na alimentação animal (em verde ou conservada),sendo o seu momento de colheita efectuado antes da maturação completa da cultura em questão. É importante ressalvar que o local da produção das culturas forrageiras é diferente do local de utilização(forragem) e por isso, exige geralmente um processo de transporte. Por ser muito importante o processo de conservação para as forragens, este condiciona o sistema de cultura a adotar no momento da instalação da cultura.
Principais vantagens das forragens
Uma das principais vantagens das forragens é uma maior produtividade quando comparada com as pastagens. De facto, verifica-se que com a produção de forragens é possível obter uma maior produção(ton/ha) por estação de crescimento ou por ano. Mais ainda verifica-se que com a produção de culturas forrageiras é possível produzir anualmente 2 culturas com diferentes características (por exemplo plantas C3 intercaladas com plantas C4), bem como, é possível obter elevadas taxas de crescimento num menor período de tempo.
Cumulativamente, com a produção de forragens é possível fazer uma gestão mais eficiente da água e obter produções mais regulares tanto em quantidade como com maior qualidade.
Quais as desvantagens das forragens?
Infelizmente nem tudo são vantagens. As forragens acarretam custos de produção mais elevados (equipamentos, trabalho, etc) quando comparadas com as pastagens. Devido às operações culturais decorrentes da passagem das máquinas agrícolas, as forragens provocam um maior risco de erosão no solo e estão também associadas a uma maior probabilidade de insucesso na instalação.
Principais culturas forrageiras
O que são pastagens?
As pastagens caracterizam-se por serem comunidades de plantas geralmente herbáceas, que são aproveitadas predominantemente no próprio local em que crescem pelos animais de pastoreio.
Neste tipo de culturas, é importante referir que o pisoteio efetuado pelos animais de pastagem condiciona muito o sistema de culturas a adotar. Quanto às características das pastagens relacionadas ao seu aproveitamento, estas apresentam:
- aptidão para o consumo em fresco;
- resistência ao pisoteio;
- Persistência;
- susbtâncias anti-nutricionais (limitão a ingestão);
- entre outras…
Classificações das pastagens
As pastagens podem ser classificadas como pastagens naturais ou espontâneas quando são constituídas por espécies que asseguram a sua presença e que foram introduzidas pelo Homem através de sementeira.
Por outro lado, quando as pastagens ocupam o terreno durante períodos longos de tempo, ou seja, durante tantos anos quantos os que o do seu bom potencial quantitativo, qualitativo e capacidade de persistência permitem, denominam-se por pastagens permanentes.
É importante realçar que as pastagens permanentes não possuem uma duração fixa em termos de número de anos, não estão em rotação com outras culturas e quando o seu potencial e persistência se perdem, são normalmente melhoradas ou substituídas por outra pastagem semeada.
As pastagens temporárias estão normalmente incluídas em rotações com outras culturas agrícola, tendo por isso uma duração mais curta e variável, factores que dependem como é óbvio dos objetivos e critérios adotados para a rotação.
No que diz respeito ao regime hídrico, as pastagens podem ser classificadas em pastagens de sequeiro se apenas beneficiam para a sua produção agrícola, da água que é oriunda da precipitação que ocorre. Em condições Mediterrâneas, devido à sua escassez e irregularidade, interferem no seu potencial produtivo(limitando-o) e nas épocas de utilização.
Contrariamente, o regadio permite através do fornecimento de água, a constituição de pastagens de regadio que utilizam espécies com características totalmente diferenciadas quando comparadas com as pastagens de sequeiro, garantindo uma oferta alimentar substancialmente superior e mais regular ao longo do ano.
Principais pastagens de sequeiro mediterrâneo: quais as mais usadas?
É tamém importante referir que as pastagens, sendo aproveitadas para alimentar várias espécies de animais de interesse zootécnico de , estão mais sujeitas a ações de desfoliação e pisoteio dos solos enquanto pastoreiam, repousam e são eventualmente suplementados. Por essa razão, este conceito de pastagem cria uma relação singular bem como um dinamismo evidente, entre a produção animal com ruminantes e a produção de pastagens e forragens.
Gostou deste artigo? Produz forragens ou pastagens? Conte-me tudo nos comentários! Até ao próximo artigo 🙂