A rúcula é uma cultura muito popular na culinária portuguesa, revelando-se fácil de cultivar na sua horta caseira. É uma cultura que pertence à família Brassicaceae, juntamente com o como outras culturas como os brócolos e a couve-flor. Neste artigo, vamos abordar os principais aspectos a considerar ao cultivar rúcula na horta, desde a escolha do local até os cuidados necessários para garantir uma colheita saudável e saborosa. Já cultivou rúcula na sua horta?
1- Principais variedades a usar para cultivar rúcula
Em Portugal, existem várias variedades de rúcula que são cultivadas, cada uma características de sabor, textura e cor únicas. Fique a conhecer algumas abaixo.
- Rúcula selvagem (Diplotaxis tenuifolia) – esta variedade tem folhas mais finas e um sabor mais picante em comparação com outras variedades de rúcula. É frequentemente encontrada em pratos de saladas e pizzas.
- Rúcula selvagem comum (Diplotaxis erucoides) – esta variedade de rúcula tem folhas maiores e um sabor menos picante do que a rúcula selvagem. É frequentemente encontrada em saladas e pratos de massa.
- Rúcula cultivada (Eruca vesicaria sativa) – esta variedade de rúcula é cultivada especificamente para consumo humano e tem folhas maiores e mais suaves do que a rúcula selvagem. É frequentemente encontrada em saladas e sanduíches.
- Rúcula verde-escuro (Eruca vesicaria) – esta variedade de rúcula tem folhas maiores e mais escuras do que outras variedades de rúcula, com um sabor suave e ligeiramente amargo. É frequentemente encontrada em saladas e pratos de massa.
Tal como abordado acima, existem diferentes tipos de rúcula, como a Diplotaxis e a Eruca. Elas são semelhantes, mas têm algumas diferenças em relação ao tamanho das folhas e tempo de crescimento. É importante identificar as espécies corretamente antes de plantar, dado que algumas demoram mais tempo para crescer do que outras. Por exemplo, a Diplotaxis é mais lenta e demora de 36 a 99 dias para ficar pronta para a colheita, enquanto a Eruca precisa de apenas 26 a 68 dias.
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2- Escolha o local certo para cultivar rúcula
A rúcula é uma planta que prefere climas frescos e húmidos, e cresce melhor em solos férteis e bem drenados. Ela pode ser cultivada tanto em vasos ou em canteiros, desde que tenha acesso a luz solar direta por pelo menos algumas horas por dia.
Em geral, recomenda-se que a rúcula receba cerca de 4 a 6 horas de luz solar direta por dia para crescer saudável e produzir folhas de boa qualidade. No entanto, é importante lembrar que a quantidade de luz solar necessária pode variar dependendo das condições climáticas locais, como a intensidade da luz solar e a temperatura ambiente. Se estiver a cultivar rúcula num local com clima quente e seco, pode ser necessário fornecer sombra parcial para evitar que as plantas fiquem queimadas pelo sol intenso. Deve, portanto, conseguir encontrar um equilíbrio entre a exposição à luz solar e a proteção contra condições climáticas extremas para obter uma colheita saudável e saborosa desta cultura.
É importante ainda ter em conta que se estiver a pensar cultivar rúcula em vasos, deve escolher recipientes com pelo menos 20 cm de profundidade, certificando-se de que estes tenham furos no fundo para permitir a drenagem da água. Garanta ainda que o solo seja rico em matéria orgânica e com a humidade suficiente sempre garantida.
3- A preparação do solo para cultivar rúcula
Preparar o solo corretamente é fundamental para o cultivo saudável e produtivo da rúcula. A rúcula é uma planta que prefere solos bem drenados e férteis, com um pH entre 6,0 e 7,0. Sendo a preparação do solo tão importante para cultivar rúcula, abaixo, partilho algumas das etapas fundamentais que deve ter em conta.
3.1- Remoção de plantas infestantes
Deve começar por remover as plantas e resíduos existentes no solo onde vai cultivar. Remova tudo o que está a mais no espaço onde vai cultivar para ajudar a evitar a propagação de doenças e pragas.
3.2-Limpe e mobilize o solo
Limpe o solo e mobilize superficialmente. Isso vai ajudar a melhorar o arejamento do solo e permitir que as raízes da rúcula cresçam mais profundamente.
2.3-Adicione composto orgânico
A rúcula é uma cultura que se beneficia muito de solos ricos em matéria orgânica. Adicione composto orgânico ao solo na área escolhida, misturando-o bem com o solo solto. O composto orgânico pode ser feito em casa ou comprado em lojas especializadas em jardinagem.
2.4- Adicione fertilizante
Além do composto orgânico, é importante adicionar um fertilizante equilibrado ao solo para fornecer os nutrientes necessários para o crescimento da rúcula. Um fertilizante com uma proporção N-P-K de 10-10-10 é uma boa opção. Siga as instruções do fabricante para a aplicação adequada.
2.5-Ajuste o pH do solo
A rúcula prefere solos com um pH entre 6,0 e 7,0. Se o pH do solo estiver fora dessa faixa, ajuste-o adicionando cal agrícola (se o pH for muito baixo) ou enxofre (se o pH for muito alto). Siga as instruções do fabricante para a aplicação adequada.
2.6-Nivele e compacte o solo
Após adicionar o composto orgânico, fertilizante e ajustar o pH do solo, nivele o solo com uma enxada e compacte-o suavemente com um rolo compactador. Isso ajudará a garantir que a rúcula tenha um ambiente de cultivo uniforme e estável.
3- Cultivar rúcula: o que deve ter em conta
A rúcula pode ser cultivada praticamente durante todo o ano, no entanto, prefere temperaturas mais amenas. Caso vá cultivar rúcula na primavera-verão, certifique-se de que a planta tenha acesso a sombra parcial durante as horas mais quentes do dia.
Considerando cultivar rúcula por sementeira, deve ter em conta que as sementes de rúcula são pequenas por isso, devem ser cultivadas a cerca de 1 cm de profundidade e cobertas com uma fina camada de terra. O tempo de germinação destas sementes é de cerca de 1 semana. Caso verifique alguns dias após a germinação que as plântulas de rúcula estão demasiado próximas umas das outros, pode desbastá-las quando tiverem duas ou três folhas verdadeiras.
Como cultivar rúcula: saiba como regar
A rúcula precisa de cuidados regulares para se desenvolver saudável e forte. Mantenha o solo húmido, mas não encharcado, regando a planta uma ou duas vezes por semana, dependendo das condições climáticas.
A frequência e a quantidade de água necessária para a rúcula variam de acordo com as condições climáticas e com o tipo de solo. Em geral, é recomendado regar a rúcula cerca de duas a três vezes por semana durante os meses mais quentes do ano. Durante períodos de clima mais ameno, pode ser suficiente regar uma vez por semana. No entanto, é importante observar o solo e as plantas para ajustar a frequência e a quantidade de água de acordo com as necessidades específicas da rúcula.
A rega deve ser feita com cuidado para evitar que a água atinja as folhas da rúcula, uma vez que isso pode favorecer o aparecimento de doenças fúngicas. É recomendado que a rega seja feita diretamente no solo, utilizando-se um sistema de gotejamento ou aspersão. Além disso, é importante evitar a rega em excesso, pois isso pode levar à compactação do solo e à perda de nutrientes.
Outro fator importante a considerar na rega da rúcula é a qualidade da água. Água com alto teor de sais pode causar problemas de salinização no solo e prejudicar o desenvolvimento das plantas. Portanto, é recomendado utilizar água de boa qualidade e, se necessário, utilizar técnicas de drenagem para evitar a acumulação de sais no solo.
Pragas e doenças mais comuns na rúcula
A rúcula é uma cultura que pode ser afetada por várias pragas e doenças que prejudicam o seu desenvolvimento e qualidade. Conhecer as pragas e doenças mais comuns da rúcula é essencial para prevenir e controlar esses problemas e garantir uma produção saudável e de alta qualidade.
As pragas mais comuns da rúcula incluem pulgões, mosca-branca, tripes e lesmas. Estas pragas podem causar danos às folhas e às raízes da rúcula, além de transmitir doenças fúngicas. O controlo dessas pragas pode ser feito através de medidas preventivas, como a rotação de culturas e através do controlo biológico com predadores naturais como as joaninhas.
Entre as doenças mais comuns da rúcula, destacam-se o míldio, a podridão radicular, a ferrugem e a antracnose.
O míldio é uma doença fúngica que causa manchas nas folhas e na planta como um todo. A podridão radicular, causada por fungos e bactérias, pode afetar a saúde das raízes e reduzir a absorção de nutrientes.
A ferrugem é outra doença fúngica que causa manchas nas folhas e pode levar à queda das mesmas. Já a antracnose é uma doença causada por fungos que pode afetar várias partes da planta, como folhas, frutos e raízes.
Para prevenir e controlar essas doenças, é importante adotar medidas preventivas, como a rotação de culturas, o uso de sementes de qualidade, e a utilização de técnicas de cultivo adequadas, como a rega e a adubação equilibrada.
4-Colheita
A rúcula pode ser colhida quando as folhas estão com cerca de 5 a 7 cm de comprimento. Corte as folhas com uma tesoura afiada na altura do solo, deixando algumas folhas na planta para que possa continuar a crescer. A rúcula pode ser colhida várias vezes durante o ano, desde que seja mantida adequadamente.