Sexta-feira, Março 29, 2024

Saiba como garantir uma maior taxa de sobrevivência das jovens plantas florestais

Olá! Espero que se encontrem bem! Hoje venho falar-vos sobre a taxa de sobrevivência das plantas florestais e o que podemos fazer para garantir que cumprimos este parâmetro ao máximo.

Sabem, por exemplo, quais as vantagens e desvantagens inerentes à plantação e à sementeira de plantas florestais? Quais os prós e os contras em cada modalidade, especialmente em espécies autóctones? O que podemos fazer para garantir uma maior sobrevivência e vitalidade das jovens plantas florestais será abordado neste novo artigo. Por isso, se quer aprender mais sobre quais as principais dicas que deve ter em conta para garantir o sucesso na instalação dos povoamentos florestais, este artigo pode ser uma ajuda.

Na plantação são colocadas, em solo previamente preparado, plantas de torrão ou de raiz nua produzidas em viveiro

Sementeira vs plantação de espécies florestais: por qual optar?

Se pretende instalar um povoamento florestal saiba que pode fazê-lo por sementeira ou por plantação, operações finais de instalação de um povoamento florestal.

Para garantir que todo o processo de instalação de um povoamento florestal seja viável e com a qualidade inerente que pretendemos, deve-se garantir alguns cuidados e técnicas que abordarei nos tópicos seguintes deste artigo.

Mais quais as diferenças entre a instalação de um povoamento florestal por sementeira ou por plantação?

Os cuidados e técnicas inerentes à sua execução adquirem uma importância fulcral na viabilização e qualidade do futuro povoamento. Na plantação são colocadas, em solo previamente preparado, plantas de torrão ou de raiz nua produzidas em viveiro, enquanto na sementeira se efetua a aplicação direta de sementes no local de instalação definitiva do povoamento.

A importância de um bom planeamento florestal

Antes de abordar este ponto sobre a sementeira vs plantação, quero reforçar neste artigo a ideia fundamental de que tanto para uma sementeira como para uma plantação de um povoamento florestal é imprescindível que faça um completo planeamento de todas as operações inerentes a estes trabalhos florestais.

Em primeiro lugar, é importante que tenha em consideração o número de plantas ou sementes que precisa para o espaço florestal que tem disponível.  Outro conselho que dou é que tenha em atenção o transporte e acondicionamento destas plantas, assim como o local onde estas são depositadas antes de serem utilizadas. Pense também na mão-de-obra que necessita para este trabalho, assim como o equipamento a usar, ambos devem ser “calculados” antes de iniciar a plantação/sementeira.

Caso pretenda fazer retanchas, substituição de plantas que não sobreviveram, deve avaliar a necessidade de realizar esta operação, assim como escolher qual o período de execução desta tarefa.

Aconselho sempre que possível a adquirir sementes certificadas de espécies florestais

Sementeira de espécies florestais: conheça as vantagens e desvantagens deste método

Começo por abordar a sementeira de espécies florestais que pode ser efetuada na totalidade, ou se pretender em apenas parte do terreno, através de manchas florestais, linhas, faixas ou locais pontuais. Normalmente, recorre-se à sementeira quando se verificam condições edafo-climáticas tais como temperatura e humidade favoráveis à germinação das sementes e desenvolvimento das plântulas e solos de textura ligeira ou média.

Ainda que as condições anteriormente referidas se verifiquem, deve ainda ter em consideração que o recurso à sementeira de espécies florestais é vantajoso quando a quantidade de semente disponível, que deve ter boa qualidade, for abundante e tiver uma capacidade germinativa alta. Tenha em atenção que deve ser praticamente nula a possibilidade de existência de danos provocados pela fauna mais bravia. Há quem opte pela sementeira de espécies florestais de forma a reduzir os riscos de traumatismo das raízes e da crise de transplantação, passíveis de acontecer no método de plantação. A sementeira é também utilizada numa perspetiva de redução dos custos de instalação do povoamento que, no caso da plantação são maiores.

Aconselho sempre que possível a adquirir sementes certificadas de espécies florestais, de forma a garantir uma maior qualidade e sobrevivência dos povoamentos florestais instalados.

Existem duas épocas de sementeira apropriadas para as espécies florestais: na Primavera e no Outono.

A deficiência hídrica do primeiro Verão após a plantação/sementeira e a pouca resistência das plantas a condições recorrentes de secura podem causar grande mortalidade nos jovens povoamentos de sobreiros.

A deficiência hídrica do primeiro Verão após a plantação/sementeira e a pouca resistência das plantas a condições recorrentes de secura podem causar grande mortalidade nos jovens povoamentos de sobreiros.

Semeia-se na Primavera especialmente em zonas com climas onde as geadas são usuais e especialmente usando sementes de germinação rápida, para garantir que as plântulas estejam bem desenvolvidas na estação mais quente e seca do ano.

Pode também fazer-se a sementeira no Outono de praticamente todas as espécies florestais, se o clima for mediterrânico, ou caso as sementes das espécies florestais que deseja semear necessitem de um tratamento de frio e humidade para garantir a germinação.

Para executar a sementeira deve ter em conta que a profundidade utilizada para colocação da semente depende da dimensão que a mesma possuí. Normalmente aconselha-se que a profundidade da sementeira utilizada seja até duas vezes superior ao tamanho que a semente possuí.

Também a modalidade de sementeira que vai escolher – a lanço, em linhas, localizada, etc- deve ser adequada às características e condições do espaço escolhido, tendo em vista uma otimização de todo o processo e tarefas envolvidas na sementeira.

A modalidade escolhida será em função das condições concretas do local, mas sempre com a preocupação de economizar semente e facilitar as operações culturais posteriores.

Se possível, garanta que as linhas de sementeira são orientadas na direção nascente-poente para evitar o excesso de radiação solar sobre as mesmas. Também estas devem ser perpendiculares à direção dominante do vento, de forma a aumentar a taxa de sobrevivência das sementes.

Quando se deve optar pela plantação de espécies florestais?

Normalmente, opta-se pela plantação de espécies florestais quando, por exemplo, os solos apresentam uma textura pesada ou caso as condições climáticas sejam rigorosas e extremas, como a ocorrência frequente de geadas ou seca.

Na plantação de espécies florestais deve-se utilizar aquelas que não são muito sensíveis à transplantação, pois dessa forma a taxa de sobrevivência destas é maior.

Deve também obrigatoriamente rejeitar as plantas florestais que apresentem problemas como sintomas de pragas ou doenças, indícios de aquecimento ou de fermentação ou vestígios de feridas não cicatrizadas que refletem a ausência de equilíbrio entre a parte aérea e as raízes.

Pode usar para a plantação dois tipos de plantas: plantas de raiz nua e plantas de torrão. Nas plantas de raiz nua, tal como o próprio nome indica, não apresentam terra a envolver o sistema radicular e, portanto, deve ter a máxima atenção de forma a garantir que este não se encontra danificado.

É importante reter que as plantas de raiz nua são normalmente utilizadas em situações favoráveis de temperatura e humidade e são instaladas em períodos de plantação mais pequenos, pois caracterizam-se por serem mais sensíveis às crises de transplantação.

Já as plantas de torrão, são produzidas em tabuleiros e o seu sistema radicular é envolvido por substrato, contrariamente ao que acontece com as plantas de raiz nua.

Os períodos de plantação das plantas de torrão são mais extensos pois, devido à presença do substrato em volta do sistema radicular, confere uma conservação da humidade superior em redor das raízes, tornando-as menos suscetíveis a possíveis crises de transplantação.

De ressalvar também que as plantas de torrão apresentam maiores taxas de sobrevivência, especialmente em climas mais secos e quentes, e permitem prolongar a época de plantação.  

As plantas de torrão apresentam maiores taxas de sobrevivência e permitem prolongar a época de plantação

Quando fazer a plantação das espécies florestais?

A época de plantação deve ser bem pensada, pois é um dos fatores que interfere na taxa de sobrevivência destas plantas.

Na maioria dos casos, a plantação das espécies florestais deve ser realizada durante o período de repouso vegetativo.

Tendo em conta o tipo de espécies florestais considera-se que a plantação de espécies de folha caduca deve ser feita após a queda da maioria das folhas e antes de se iniciar o novo ciclo vegetativo.

Para as restantes espécies, a época de plantação deve coincidir com uma altura do ano em que a temperatura e humidade do solo necessárias à sobrevivência das plantas sejam garantidas, evitando situações climáticas extremas (normalmente o ideal é no período Outono-Inverno, de Outubro a Março).

Aquando da plantação, deve também ter em conta que a dimensão dos covachos depende do tamanho das raízes ou dos torrões. Após a plantação realizada, garanta que aconchega a terra cuidadosamente e calque bem para não permitir a formação de bolsas de ar.

Sementeira ou plantação: qual escolher?

Agora que já lhe dei a conhecer as principais considerações sobre plantação e sementeira de espécies florestais fica ao seu critério escolher qual a que melhor se adequada ao seu caso, tendo em conta as principais vantagens e desvantagens de cada método.

A adubação no momento da instalação de um povoamento florestal é essencial, contribuindo para uma maior sobrevivência das jovens plantas

A importância da adubação à plantação/sementeira para maior sobrevivência das plantas


A adubação no momento da instalação de um povoamento florestal é essencial, porque permite aplicar ao solo e/ou às plântulas os nutrientes essenciais que estas necessitam, contribuindo para uma maior sobrevivência das mesmas.

Especialmente neste período de instalação verifica-se uma grande competição por elementos nutritivos entre as plantas, sendo por isso importante fornecer ao solo os nutrientes necessários para as alimentar. É como uma espécie de suplemento para bebés, que se dá quando o leite materno não é suficiente. Perdoem a analogia feminina!

Relativamente a espécies florestais autóctones, é importante salientar que ainda não existem, muitos estudos em Portugal que determinem as necessidades nutricionais para o pinheiro-bravo. Por ser uma espécie rústica e, por essa razão, bem-adaptada à maioria dos solos florestais portugueses (com teores de fertilidade baixos). No entanto, em questões de fertilização, verifica-se que para esta espécie florestal manifesta-se a prática generalizada de adubação à plantação com os macronutrientes azoto (N), fósforo (P) e potássio (K). Se optar pela sementeira, aplica-se normalmente 2 a 3 peniscos (sementes de pinheiro-bravo) por cova.

Para garantir este aporte nutricional, aconselho o fertilizante Humigel B Floresta da TecnifertiBio, tanto para sementeira como para plantação.

 Este produto é composto por uma molécula de origem vegetal e por ácidos fúlvicos. O seu efeito gel permite a libertação gradual dos nutrientes e a conservação da humidade no solo. Pode ser aplicado na plantação (1) através de saquetas de 30gr em conjuntos de 6 para plantar e aplicado na sementeira (2)através desaquetas de 30gr em conjuntos de 3 para semear.

O HUmigel B Floresta da TecnifertiBio é composto por: 3% Azoto (N), 1% Azoto Orgânico (N), 1% Fósforo (P2O5), 2,5% Potássio (K2O), 30% Matéria Orgânica (MO), 19% Carbono Orgânico Total (COT) e 15% Ácidos Fúlvicos (AF).

 O interessante é a sua forma inovadora de aplicação. Apresenta-se na forma de pequenas saquetas biodegradáveis, onde está contido o biofertilizante e um material inerte absorvente da água.

(1)- Aplicação Humigel B Floresta na plantação

(2)- Aplicação na Humigel B Floresta  na sementeira

Veja abaixo um vídeo demostrativo sobre a aplicação deste produto:

Ainda em relação a outra espécie autóctone, o sobreiro, existem vários fatores que condicionam o sucesso do estabelecimento deste povoamento florestal e que interferem na sua sobrevivência. Alguns deles:  fraca resposta das plantas à deficiência hídrica do primeiro Verão, uma elevada área foliar (poderá ser prejudicial) e pouca resistência a condições recorrentes de secura, causando uma grande mortalidade.

O sucesso das plantações de sobreiro depende de vários fatores, nomeadamente: as condições climáticas e edáficas do local, a qualidade e origem genética das plantas utilizadas e as práticas silvícolas adotadas.

Mas como reduzir a mortalidade nas plantas após o primeiro ano pós-plantação? É Possível?

Sim, utilizando técnicas que minimizem o impacte da deficiência hídrica e do excesso de radiação. Também o ensombramento pode ser uma técnica a adotar pois promove um microclima que reduz a evapotranspiração, os efeitos nefastos do excesso de luz e altas temperaturas, sendo também uma barreira protetora contra animais predadores. 

Mais uma vez, a fertilização é também essencial para garantir o sucesso desta espécie florestal e aumentar a sua taxa de sobrevivência. Nesse sentido, o Humigel B Floresta da TecnifertiBio é também aqui uma boa opção, de forma a garantir aos sobreiros os nutrientes que necessitam para crescerem e se desenvolveram corretamente.  A quantidade recomendada deste produto é 500 a 1000 kg/ha (500 L /ha quando aplicado por sistema de rega gota-a-gota).

Plantas de sobreiro com aplicação de Humigel B Floresta. Foto da esq.ª (15 de Maio) e foto da dir.ª (2 Junho). Sementeira realizada a 15 de Março.

Espero que tenham gostado de saber mais sobre esta temática e de conhecer este produto que recomendo para dar um “boost” de nutrientes às vossas espécies florestais.

Até ao próximo artigo 😊

*Este artigo foi patrocinado pela TecnifertiBio

acientistaagricola
acientistaagricolahttp://acientistaagricola.pt
Olá, sou a Rosa. Nasci e cresci em meio rural e desde cedo percebi o que queria fazer para o resto da vida. Mais tarde, quando entrei no ensino superior tornei-me Técnica Superior do Ambiente e Agrónoma, áreas que sempre me fascinaram. Este blog é mais do que um projecto pessoal...é  o culminar de duas paixões: a escrita e as ciências ambientais e agrárias. Este é um local de encontro entre todos aqueles que partilham destas mesmas paixões. 

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